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Sexualidad y Política en América Latina - Sexuality Policy Watch

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ou escritórios alugados em grandes prédios, tipicam<strong>en</strong>te nos c<strong>en</strong>tros comerciais da<br />

cidade (C<strong>en</strong>tro, Tijuca e Copacabana têm as maiores conc<strong>en</strong>trações). O dono do<br />

imóvel pode conhecer ou não o fim pelo qual sua propriedade foi alugada, mas se<br />

não sabe e descobre posteriorm<strong>en</strong>te, o privé geralm<strong>en</strong>te é fechado e tem que mudar<br />

de lugar. Existem prédios, porém, que conc<strong>en</strong>tram privés – ou porque são <strong>en</strong>ormes<br />

e em lugares extremam<strong>en</strong>te estratégicos no mercado de sexo comercializado (vários<br />

prédios na Av. Rio Branco, por exemplo, cabem), ou porque a administração do<br />

prédio não se importa em repelir a prostituição.<br />

Um privé típico é bem pequ<strong>en</strong>o – m<strong>en</strong>os de 60 metros quadrados, em geral –<br />

e é dividido em cabines e uma área de recepção. O banheiro geralm<strong>en</strong>te é coletivo<br />

e as cabines só comportam uma cama e, às vezes, uma televisão ou mesa. Existem,<br />

porém, privés “de luxo” que mais se assemelham com pequ<strong>en</strong>os motéis. Um que<br />

visitamos na Rua do Ouvidor, por exemplo, ocupa todo o 4º andar de um prédio e<br />

disponibiliza verdadeiras suítes com banheiras e mini-saunas.<br />

A quantidade de mulheres que trabalha num privé é relativam<strong>en</strong>te baixa, variando<br />

de três a 10, com uma média de cinco, s<strong>en</strong>do o mais típico. Os preços cobrados<br />

geralm<strong>en</strong>te são padronizados. Como os privés (junto com as massag<strong>en</strong>s,<br />

descritas acima) se especializam na v<strong>en</strong>da de serviços sexuais aos trabalhadores dos<br />

c<strong>en</strong>tros comerciais, o trabalho conc<strong>en</strong>tra-se durante o horário comercial. Isto faz<br />

destes espaços uma opção excel<strong>en</strong>te para mulheres que trabalham ou estudam à<br />

noite. Também, dadas essas condições, é bastante fácil camuflar o trabalho num<br />

privé como (nas palavras de uma de nossas informantes) “um emprego qualquer no<br />

c<strong>en</strong>tro – tipo secretária, essas coisas”.<br />

Novam<strong>en</strong>te, recolhemos poucas informações sobre as taxas de exploração<br />

extraídas dos serviços sexuais nos privés. Notamos, porém, que em alguns casos,<br />

grupos de prostitutas alugam um apartam<strong>en</strong>to em conjunto e passam a administrá-lo<br />

como uma espécie de cooperativa ou coletivo. Todavia, os privés mais luxuosos<br />

obviam<strong>en</strong>te precisam de grandes injeções de capital e é pouco provável que<br />

aqueles investigados na nossa pesquisa t<strong>en</strong>ham sido organizados pelas próprias<br />

trabalhadoras.<br />

Segue abaixo uma lista de preços tipicam<strong>en</strong>te <strong>en</strong>contrados nos privés do Rio<br />

de Janeiro:<br />

Presid<strong>en</strong>te Vargas 950, apto. 2201, out./2007: R$ 70 por meia hora.<br />

Av. Rio Branco 650, apto. 3102, set./2006: R$ 100 por hora.<br />

13 de Maio 87, apto 201, out./2008: R$ 40 por meia hora.<br />

Privé Barra Modelos, dez./2008: R$ 140 por 40 minutos.<br />

Privé Real<strong>en</strong>go, set./2008: R$ 25 por 25 minutos.<br />

A nossa pesquisa id<strong>en</strong>tificou 42 privés no Rio de Janeiro.<br />

Amor um real por minuto – Ana Paula da Silva e Thaddeus Gregory Blanchette<br />

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