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IGREJA LUTERANA<br />

QUINTO DOMINGO APÓS EPIFANIA<br />

128<br />

Quiquagésima<br />

Salmo 34.17-22, Isaías 50.4-7 (8-9),<br />

1 Coríntios 13.1-13, Marcos 8.31-38<br />

Marcos 8.31-38<br />

Salvo casos de hipocrisia artística, as palavras são expressões de<br />

nosso eu. Elas não são produtos desconexos de nosso ser, como se<br />

tivessem vida e sentimentos próprios. São, na realidade, nossas expressões<br />

e sentimentos. Pode-se afirmar que, nas palavras, nós chegamos<br />

a ser aquilo que já somos.<br />

As palavras de Pedro o conduziram a duas situações totalmente<br />

opostas. Inicialmente, quando confessa que Jesus é o Cristo (Mc 8.29),<br />

Pedro se torna boca do próprio Deus. Marcos silencia quanto à reação<br />

de Jesus, porém Mateus relata que o Senhor o chama de bem-aventurado.<br />

Na sequência narrativa de Marcos, Pedro deixa de ser boca de<br />

Deus para ser boca do próprio Satanás. Talvez Pedro, quando confessa<br />

o caráter messiânico de Cristo, estivesse pensando numa forma<br />

judaica de liderança ou num jeito político de governo. Isso justificaria<br />

a drástica mudança de seu posicionamento. Porém, Jesus afirma que<br />

Pedro falou a partir de uma revelação do Pai (Mt 16.17). Portanto,<br />

mesmo que a expressividade de sua fé esteja marcada por dúvidas e<br />

concepções errôneas, a legitimidade desta fé é atestada. O que parece<br />

melhor explicar esta situação é a doutrina tão prezada por Lutero<br />

da simultaneidade do justo e do pecador na mesma pessoa. As palavras<br />

de Pedro são revelações do conteúdo central do ser de um cristão.<br />

Jesus inicia a perícope trazendo o anúncio sobre sua paixão e morte<br />

e, a partir das palavras infelizes de Pedro, chama à reflexão o caráter<br />

do discipulado.<br />

V. 31: Este é o primeiro dos três anúncios da paixão que dão o<br />

ritmo a esta seção do Evangelho de Marcos (cf. 9.31-32; 10.32-34). É<br />

notável que Jesus usa a expressão Filho do Homem como<br />

autoidentificação, pois na tradição apocalíptica, especialmente em<br />

Daniel, o Filho do Homem é concebido como o agente de libertação e<br />

de julgamento salvífico definitivo de Deus na história. O Filho do Homem<br />

é também o servo sofredor que sofrerá muitas coisas (polla. paqei/<br />

n) e será rejeitado (avpodokimasqh/nai). Os agentes do sofrimento e da<br />

rejeição são tipificados pelos anciãos, principais sacerdotes e escribas,

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