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POR QUE LUTERANOS NÃO SÃO PÓS-MILENARISTAS?<br />
dos autores de demonstrar que Calvino pode ser entendido como<br />
sendo pós-milenarista, ao menos nos princípios básicos desta posição<br />
teológica. 9 Outros teólogos Reformados estão convencidos que<br />
Calvino era amilenarista. 10 O que parece mais correto é dizer que a<br />
teologia pós-milenarista é basicamente de matriz Reformada. Isto é<br />
especialmente verdade em se considerando a “Teologia da Reconstrução”,<br />
a respeito da qual trataremos com mais detalhe abaixo, com<br />
sua forte ênfase no uso e importância da lei para a transformação do<br />
mundo de uma forma agradável a Deus.<br />
Alguns importantes teólogos do século XVII tinham uma perspectiva<br />
pós-milenarista. Podem ser citados: Daniel Whitby (1638-1726),<br />
Thomas Brightman 11 , William Gouge 12 , John Cotton 13 e John Owen 14 .<br />
Um dos principais teólogos do século XVII, Daniel Whitby, sustentou<br />
a tese de que haveria uma conversão geral no mundo, incluindo<br />
os judeus, que retornariam a sua terra. Os inimigos do cristianismo<br />
(entre os quais Whitby lista o papa e os turcos) seriam derrotados. O<br />
mundo teria então um período de paz universal. Cristo retornaria pessoalmente<br />
para o julgamento final ao término deste período. 15 A De-<br />
9 Bahnsen, “The Prima Facie Acceptability of Postmillennialism”, 69-76.<br />
10 Por exemplo, Barker e Godfrey, Theonomy – A Reformed Critique.<br />
11 “Em 1609, uma exposição otimista de Thomas Brightman sobre o livro de Apocalipse foi<br />
publicada, Apocalypsis Apocalypseos; nela ele tentou criar coragem na igreja em meio a<br />
perseguições, apontando para a promessa da Escritura de uma era de triunfo para a igreja<br />
na terra. Esta era seria caracterizada pela conversão dos judeus e da plenitude dos<br />
gentios, pela queda do papado e dos turcos, por tranquilidade e por uma igreja revitalizada,<br />
tendo Cristo governando as nações pela sua palavra“ (Bahnsen, “The Prima Facie<br />
Acceptability of Postmillennialism“, 77).<br />
12 Um dos delegados ingleses à Assembléia de Westminster: “Gouge falava das ‘promessas<br />
específicas a respeito de um futuro de glória para a igreja cristã’, encontradas nas<br />
profecias do Antigo Testamento, nas palavras de Cristo e de seus apóstolos, e especialmente<br />
no livro de Apocalipse; de acordo com ele, elas não se aplicam ao mundo porvir,<br />
mas ao ‘estado glorioso’ da igreja antes do dia d2o julgamento – um estado caracterizado<br />
pelo chamado e conversão dos judeus e da plenitude dos gentios para dentro de uma<br />
igreja visível“ (Bahnsen, 79,80).<br />
13 De acordo com Bahnsen, “o mais famoso teólogo dos anos 1630 e 40 … o líder puritano<br />
em Boston“. “Os textos que aparecem na página título de seu sermão de despedida para<br />
aqueles que partiam para a Nova Inglaterra no navio Arbella em 1630 (2 Sm 7.10; Sl<br />
22.27,30,31) evidenciam sua crença de que todas as nações do mundo virão para reconhecer<br />
o verdadeiro Deus vivo; os colonizadores deveriam guardar na mente que os<br />
propósitos de Deus em relação ao milênio deveriam ser servidos através dos seus esforços<br />
(especialmente na evangelização dos índios)“ (78).<br />
14 “O principal teólogo independente” na Inglaterra na última metade do século XVII: “Ele<br />
explicou o reino de Deus como o controle espiritual dos cristãos, resultando na conformidade<br />
obediente à palavra de Cristo. Os reinos anticristãos serão então abalados, conforme<br />
Owen, e serão substituídos com o triunfo do reino de Cristo, sinalizado pela conversão<br />
dos judeus“ (Bahnsen, 84).<br />
15 Clouse, Four Views, 11.<br />
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