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IGREJA LUTERANA<br />

sus, algo que estava “dentro” daquele samaritano que voltou para<br />

agradecer. Ainda levando-se em conta o contexto anterior, onde os<br />

discípulos pedem a Jesus que aumente a fé deles, vemos que a fé<br />

não é uma força em si mesma, algo que o ser humano possui, forte ou<br />

fraca, mas é dom de Deus e depende do objeto ao qual se apega, a<br />

saber, a Jesus Cristo. Não são as boas obras que nos justificam (v.10),<br />

nem devemos considerar a nossa fé como uma boa obra nossa, mas<br />

ficarmos felizes em sermos servos do Senhor, agradecidos e ativos no<br />

seu Reino.<br />

A estrutura do texto é bem simples; ela é dividida em duas partes:<br />

1) do v. 11 até 14a ; 2) do v. 14b até o 19. No primeiro trecho é Jesus<br />

e os dez leprosos. No segundo, Jesus e o Samaritano. Isto fica evidente<br />

no texto pelas expressões utilizadas no início de cada trecho:<br />

kai ejgevneto ejn tw‘ + infinitivo. Claramente nos remete à maneira<br />

hebraica de construir frases temporais (utilizando-se preposição + inf.<br />

construto) e, consequentemente, à Septuaginta.<br />

Jesus, em sua viagem a Jerusalém, entra em uma aldeia, talvez na<br />

divisa entre Galiléia e Samaria. Os leprosos ficam “de longe”, pois não<br />

deveriam se aproximar de pessoas sãs. Deveriam viver fora do arraial<br />

(Lv 13. 45,46). Jesus os manda mostrarem-se aos sacerdotes. Tal ação<br />

servia para confirmar que o leproso estava curado e, de acordo com<br />

Levítico 14, deveria render graças a Deus, oferecendo sacrifícios em<br />

agradecimento pela cura. O ponto marcante do nosso texto é o fato<br />

de somente o samaritano reconhecer o verdadeiro sacerdote que é<br />

responsável pela sua cura. A ação do samaritano de dar glórias a<br />

Deus (doxavzwn tovn Qeovn), rendendo graças a Jesus é muito significativa.<br />

Aqui é usado o verbo eujcaristevw tendo Jesus como objeto.<br />

Quase sempre quando aparece no Novo Testamento, este verbo tem<br />

Deus como objeto (At 28.15; Rm 7.25; 1Co 14.18; Fp 1.3; Cl 1.3,12;<br />

3.17; Fm 4; 1Ts 5.18 e muitos outros). Assim sendo, a ação de graças<br />

rendida pelo samaritano se reveste de maior importância ainda, pois<br />

ele não está simplesmente agradecido, mas está reconhecendo o Deus<br />

Conosco que o curou. É uma passagem altamente Cristológica. Cristo<br />

é o (Sumo) Sacerdote da Nova Aliança (Hb 9.15), segundo a ordem de<br />

Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 5.6; 7.21). Através do sacrifício do seu<br />

corpo, cena final de sua viagem a Jerusalém, ele se tornou o nosso<br />

Grande Sumo Sacerdote, por meio de quem temos acesso ao Pai,<br />

através do qual temos libertação do pecado e de suas consequências<br />

[como a lepra] (Hb 10. 10-14; 19-22).<br />

No final temos o ponto alto, quando Jesus diz: “Levanta-te e vai; a<br />

tua fé te salvou” (v.19). O verbo salvou está no perfeito, o que denota<br />

uma ação que aconteceu no passado e que continua tendo seus<br />

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