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DIA DA REFORMA<br />

Esse é o único modo como a natureza humana olha para o céu:<br />

com medo e terror. Bem por isso toda e qualquer iniciativa religiosa do<br />

ser humano vem impregnada e determinada em abafar esse medo e<br />

terror. Como pode a natureza humana proteger-se?<br />

Lutero ansiava que do céu lhe viesse um sinal de misericórdia,<br />

algo em que pudesse agarrar-se. Mas do céu somente lhe vinha a<br />

noção de ser um grande devedor diante do justo tribunal de Deus.<br />

Tudo nele lhe confirmava essa certeza. E Lutero não estava errado<br />

nisto. E todos os meios que a igreja lhe punha à disposição foram<br />

usados e esgotados no esforço de livra-se da culpa da qual se sentia<br />

responsável.<br />

Essa é a palavra: responsável diante de Deus e do seu juízo. Não<br />

somente Lutero. Mas o publicano, no templo. O filho perdido ao lembrar-se<br />

do pai. Pedro, ao chorar no pátio do palácio. Pessoas que se<br />

deram conta de que sua natureza, sua tendência íntima e nada mais<br />

era responsável pela cobiça, inveja, soberba e tantas maneiras mais<br />

pelas quais convivemos diante do próximo na família, no trabalho e<br />

na sociedade. Como posso olhar para o céu se sou essa pessoa que<br />

eu conheço melhor do que qualquer outro? Não podemos estar diante<br />

de Deus diferentemente de Paulo: “O querer o bem está em mim.<br />

Não, porém, o efetuá-lo”.<br />

A lei de Deus é dura. Ela nos arranca da zona de conforto na qual<br />

queremos nos refugiar: “Não matei, não roubei. Ninguém pode me<br />

acusar de nada.” Lutero, Paulo, o publicano, o filho perdido e cada um<br />

de nós é chamado a sair da zona de conforto e da falsa imagem de<br />

pessoa correta. Mas esta busca não se destina a aterrorizar. Pelo<br />

contrário. O evangelho eterno garante que, quanto maior o pecado<br />

que encontramos em nós, quanto maior é a consciência da própria<br />

pecaminosidade, mais intensa e urgente é a palavra da boa notícia<br />

que Deus interpõe entre ele e o pecador.<br />

Essa boa notícia que o mensageiro de Deus tem para dar vai ainda<br />

mais além. Deus anuncia por ele que, além de nos aceitar e perdoar,<br />

Deus ainda nos dá a sua justiça como manto e cobertura. É por<br />

isso que não devemos e não precisamos confiar na nossa capacidade<br />

de fazer o bem. Nem precisamos e não devemos induzir as pessoas a<br />

olharem para nós como se tivéssemos capacidades de fazer o bem<br />

que outros não têm. O nosso desejo e esforço de fazer o bem seria<br />

totalmente, ou, melhor, é totalmente perdido se Deus não completasse<br />

e tornasse reais as nossas intenções de fazermos o bem. É Deus<br />

que realiza em nos tanto o querer como o fazer coisas boas, completa<br />

o Apóstolo.<br />

Nem nos damos conta suficientemente de quanto Deus é fiel no<br />

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