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APROXIME-SE DO ALTAR: UMA REFLEXÃO SOBRE A TEOLOGIA E PRÁTICA DA SANTA CEIA<br />

deixa claro que, se por um lado há muita coisa que não é de responsabilidade<br />

dos bispos (administração governamental ou liderar exércitos,<br />

por exemplo), por outro lado é do seu encargo administrar a graça<br />

de Deus: “Os nossos ensinam que, de acordo com o evangelho, o poder<br />

das chaves ou dos bispos é o poder e ordem de Deus de pregar o<br />

evangelho, remitir e reter pecados e administrar e distribuir sacramentos”<br />

[Livro de <strong>Concórdia</strong>, Confissão de Augsburgo XXVIII, p.56.5-6].<br />

Como bispo ou supervisor da igreja em determinado lugar, é da<br />

responsabilidade do pastor ministrar para a sua congregação e garantir<br />

que o evangelho e os sacramentos estejam sendo administrados<br />

corretamente. Assim como aconteceu com os profetas fiéis de Israel, o<br />

pastor não atua baseado em sua própria iniciativa ou até de acordo<br />

com suas preferências ou idéias pessoais. Ele é porta-voz de Deus e<br />

deve acolher com seriedade a tarefa de administração e supervisão.<br />

Quando ele entrega a hóstia a um comungante, ele deveria estar completamente<br />

confiante que essa pessoa que está recebendo este dom<br />

do evangelho o está recebendo de forma correta: em fé e em confissão<br />

da verdade. Ele não pode distribuir livremente os bens, sem pensar<br />

naqueles que os estão recebendo, como se sua presença em si<br />

provasse a legitimidade de sua recepção. Ao contrário de muito pensamento<br />

popular, o Sacramento não é apenas uma relação entre Jesus<br />

e o indivíduo. O pastor não é uma insensível máquina de vender<br />

espiritual, sem responsabilidade por aqueles que estão recebendo a<br />

Ceia. O Sacramento é a presença de Cristo, sua dádiva à igreja; e a<br />

igreja celebra este presente na unidade de sua confissão. O Sacramento<br />

é a celebração daquela congregação de pessoas. O pastor supervisiona<br />

esta celebração e cuida para que ela seja compartilhada<br />

por aqueles que pertencem a esta unidade. Essa é sua tarefa. É isto<br />

que significa ser pastor. Fazer menos do que isto é esquivar-se da<br />

responsabilidade do ofício. Empurrar para o visitante a decisão sobre<br />

se ele pode comungar ou não é abdicar de sua responsabilidade pastoral.<br />

Para refinar um ponto neste argumento, eu estou dizendo que a<br />

confiança num anúncio no boletim, ou ordem de culto, de que o Sacramento<br />

é para aqueles que são batizados, estão arrependidos e “crêem<br />

na presença real” é completamente inadequada. Tal prática claramente<br />

nada mais é do que uma comunhão funcionalmente aberta. A<br />

prática de se fiar num anúncio escrito em papel coloca a decisão inteiramente<br />

nas mãos do indivíduo. Esta prática torna óbvio para o visitante<br />

que é sua a escolha em comungar ou não – é claro que esse é<br />

precisamente o jeito que quase todo mundo quer que seja. Numa sociedade<br />

que celebra o indivíduo, desconsidera a função da comunida-<br />

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