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PRIMEIRO DOMINGO NO ADVENTO<br />

sua crucificação alguns dias mais tarde”. Os relatos da entrada de<br />

Jesus em Jerusalém apontam para um grupo específico de pessoas<br />

que aclamaram Jesus: “a multidão dos discípulos” (Lc 19.37); “a<br />

numerosa multidão que viera à festa” (Jo 12.12), isto é, peregrinos<br />

de outras regiões; os relatos de Mateus e Marcos não são tão<br />

específicos, mas deixam claro que eram pessoas que seguiam para<br />

Jerusalém. A verdade é que o próprio texto bíblico em nenhum<br />

momento faz uma relação entre as pessoas do texto em estudo e<br />

aquelas que pediram a morte de Jesus.<br />

Lucas acrescenta que a multidão de discípulos “passou, jubilosa,<br />

a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto”<br />

(v. 37). O próprio Lucas deixa claro ao final do Evangelho, após a<br />

ressurreição de Jesus, que os discípulos não haviam ainda<br />

compreendido plenamente o que estava acontecendo (Lc 24.25; cf. Jo<br />

12.16). Os milagres chamaram a atenção e produziram o louvor a<br />

Deus. Mas era preciso que o próprio Jesus abrisse os olhos e mentes<br />

dos discípulos após a ressurreição (cf. Lc 24.27ss.). Faltava na<br />

aclamação a Jesus a plena compreensão do que envolvia ser Ele o<br />

messias (o Rei), ou seja, sofrimento, morte e ressurreição (ainda que<br />

Jesus os houvesse alertado para tal, cf. Lc 9.22; 18.31-34).<br />

O evento é narrado pelos quatro evangelistas. As precisas palavras<br />

que foram ditas pela multidão de discípulos diferem em cada relato.<br />

Certamente tudo o que está registrado nos quatro Evangelhos foi<br />

realmente dito, e provavelmente mesmo mais do que isto. No entanto,<br />

chama a atenção que uma frase é comum a todos os relatos: “Bendito<br />

o que vem em nome do Senhor” (Lucas acrescenta “o Rei”). As palavras<br />

são do Salmo 118.26, Salmo este que pode ter sido usado pelos<br />

peregrinos (ou para eles), que vinham para Jerusalém para as grandes<br />

festas do povo de Deus. Este Salmo será citado novamente (pelos<br />

Sinóticos) na parábola dos trabalhadores da vinha (Lc 20.17 e<br />

paralelos). Naquela situação, o Salmo é citado para marcar a rejeição<br />

a Jesus por parte dos judeus. Desta forma, os evangelistas usam o<br />

Salmo 118 para anunciar a chegada de Jesus como Messias, e os<br />

Sinóticos também o utilizam para mostrar que este mesmo Messias<br />

será rejeitado. No projeto do reino, o sofrimento vem antes da glória!<br />

As palavras finais do texto ecoam o cântico dos anjos em Lc 2.14,<br />

por ocasião do nascimento de Jesus. “Glória nas alturas” é o ponto<br />

comum – na encarnação de Jesus e em sua vinda para a cruz há glória<br />

nas alturas, isto é, para Deus. Ele é glorificado na obra do Filho. O<br />

que chama a atenção é a primeira parte da frase: “Paz no céu” (em Lc<br />

2.14: “Paz na terra”). Anjos (2.14) e discípulos (19.38) unem, em seus<br />

cânticos, céu e terra na paz que vem da obra do Messias.<br />

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