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APROXIME-SE DO ALTAR: UMA REFLEXÃO SOBRE A TEOLOGIA E PRÁTICA DA SANTA CEIA<br />
correta da Santa Ceia. Talvez é mais do que um pouco conveniente<br />
que agir em nome do evangelho também seja, por acaso, o caminho<br />
fácil da menor resistência e que causa menos ofensa. Apelar ao evangelho<br />
como uma capa para covardia e preguiça é ainda, no fim das<br />
contas, puro e simples antinomismo e desobediência.<br />
V. O ABUSO DA DISCRIÇÃO PASTORAL<br />
Para terminar, algumas breves palavras precisam ser ditas sobre<br />
os problemas da autonomia e do abuso da discrição pastoral. Mesmo<br />
que a autonomia congregacional possa estar abrigada em documentos<br />
e nos corações da igreja, ela tem efeitos nocivos na vida da<br />
igreja de Cristo quando reivindicada como um direito. Tanto pastores<br />
como congregações precisam reconhecer e estimar a interdependência<br />
e unidade que existe entre eles e todas as outras congregações e<br />
pastores. Uma congregação nunca age por conta própria. Qualquer<br />
coisa que ela faz ou deixa de fazer tem um impacto sobre cada uma<br />
das outras congregações da igreja de Cristo, mesmo se esse impacto<br />
não é diretamente ou imediatamente experimentado por qualquer um<br />
dos que estão envolvidos. Nenhum homem e nenhuma congregação<br />
têm o direito de “fazer a coisa do seu jeito”, independente de outros<br />
pastores e congregações. Nós estamos ligados um ao outro e não<br />
devemos ignorar um ao outro em nosso desejo de andar fielmente nos<br />
caminhos do Senhor. Não havendo outra coisa para nos lembrar, regiões<br />
e distritos servem como firmes lembranças de nossa mutualidade<br />
e responsabilidade de um para com o outro. Não há lugar para o cavaleiro<br />
solitário e também não há espaço para ignorar ou desdenhar o<br />
irmão ou irmãos que parecem andar no passo errado em nossa caminhada<br />
conjunta como um sínodo.<br />
A discrição pastoral, portanto, deve ser mantida e preservada<br />
como parte da melhor prática no cuidado pastoral. Porém, ela não deve<br />
ser abusada como uma desculpa para a inércia ou a relutância em lidar<br />
francamente com uma situação potencialmente difícil. Uma alegação<br />
de “discrição pastoral” também não é uma justificativa aceitável para<br />
ignorar de forma descarada e persistente a posição expressa da Igreja<br />
e de sua prática aprovada. Uma congregação com comunhão funcionalmente<br />
aberta não está exercendo a discrição pastoral. Essa congregação<br />
está agindo sem consideração para com suas congregações<br />
irmãs, está sendo desleal à vontade do sínodo e, sobretudo, desobediente<br />
à vontade de Deus. Casos de discrição pastoral deveriam ser<br />
raros e causa de muita reflexão cuidadosa e conversação entre colegas<br />
pastores. O recurso à discrição pastoral nunca deveria se tornar a<br />
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