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SEXTO DOMINGO NA QUARESMA - DOMINGO DE RAMOS OU DOMINGO DA PAIXÃO<br />
deve servir como lição para os cristãos porque muitas vezes apostamos<br />
nossa vida e sabedoria em poderes humanos que nada valem. A<br />
paz que o mundo tanto procura brota do soberano manso e pacífico<br />
montado num jumentinho; brota da Cruz onde Jesus de Nazaré, Filho<br />
de Deus, “se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte<br />
de cruz” (Fp 2.8). Jesus é o Ecce Homo, o Servo de Javé, o rejeitado, o<br />
humilhado, o torturado, o cuspido, cravado na cruz e quase desesperado.<br />
Da Cruz jorra perdão dos pecados, vida e salvação como bem<br />
destaca Lutero no Catecismo Menor. E deste Crucificado podemos dizer<br />
com firmeza: Ele é o Ressuscitado! Não foi a morte a última palavra<br />
de Deus, mas a vida. Sim, a vida foi a última palavra que Deus<br />
pronunciou sobre o destino do ser humano. Jesus é a primícia dos<br />
que dormem (1Co 15.20). Ele é a nossa esperança (1Co 15.19). Ele<br />
não veio traçar um caminho. Ele não veio acender uma luz. Ele não<br />
veio revelar uma verdade. Ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo<br />
14.6). “Porque na esperança fomos salvos” (Rm 8.24).<br />
Seguem duas orações. Uma escrita na Segunda Guerra Mundial<br />
(1939-1945) por um pastor luterano enforcado a mando do próprio<br />
Hitler. A outra escrita num front da Primeira Guerra Mundial (1914-<br />
1918) por um soldado. Embora pertençam ao século passado, traduzem<br />
bem a crise do nosso tempo, apontando para Aquele que nos<br />
ama incondicionalmente:<br />
1) “Escuta, Deus! Jamais falei contigo. Sabes, disseram-me que tu<br />
não existias, e eu, tolo, acreditei que era verdade. Nunca havia reparado<br />
bem na tua obra, no mundo. Mas, hoje, nesta noite de Natal,<br />
desta trincheira rasgada por granadas, vi teu céu estrelado. Talvez,<br />
mesmo aquela estrela que indicou aos pastores Tua presença na gruta<br />
de Belém. E compreendi, então, que haviam me enganado! Não sei<br />
se apertarás a minha mão; ela é tão manchada. Vou explicar e hás de<br />
me compreender. É engraçado! Neste inferno hediondo, achei a tua<br />
luz e pude enxergar teu rosto” (Trecho de uma oração encontrada no<br />
bolso de um soldado morto no campo de batalha).<br />
2) “Ó Senhor, dá às nossas almas amedrontadas a salvação que<br />
nos tens preparado. E tu nos apresentas o duro cálice, o amargo<br />
cálice do sofrimento cheio até a borda, e nós o tomamos, sem tremer,<br />
da tua boa e amada mão... Deus está conosco de tarde e de manhã,<br />
absolutamente, em cada novo dia” (Dietrich Bonhoeffer).<br />
Gelson Neri Bourckhardt<br />
Curitibanos, SC<br />
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