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POR QUE LUTERANOS NÃO SÃO PÓS-<br />

MILENARISTAS?<br />

Gerson L. Linden 1<br />

“A Confissão de Augsburgo ... é basicamente pós-milenarista. Grupos<br />

luteranos tendem a seguir esta posição.” 2 Esta afirmação causa<br />

surpresa se comparada àquela da Comissão de Teologia e Relações<br />

Eclesiais da Igreja Luterana, Sínodo de Missouri, de que “a escatologia<br />

apresentada nas Confissões Luteranas é claramente amilenarista (CA<br />

XVII)”. 3 A confusão manifestada por Erickson possivelmente se deve<br />

ao fato de que, assim como os pós-milenaristas, teólogos luteranos<br />

normalmente interpretam o “milênio” como um período não literal de<br />

mil anos e entendem que a segunda vinda de Cristo acontecerá após<br />

este período.<br />

Uma questão a ser feita é se realmente importa a diferença entre<br />

as três diferentes correntes. 4 Clouse chama a atenção para o fato de<br />

que não é simplesmente uma questão da ordem dos acontecimentos<br />

futuros: “muitas atitudes que um cristão tem a respeito da sociedade,<br />

igreja e seu propósito, educação e cultura, e mesmo a respeito dos<br />

1 O Professor Gerson Luis Linden, Mestre e Doutorando em Teologia, é Diretor Geral do<br />

Centro Educacional <strong>Concórdia</strong> de São Leopoldo, RS, e Professor de Exegese Bíblica<br />

(Novo Testamento) e Sistemática no <strong>Seminário</strong> <strong>Concórdia</strong> e na ULBRA.<br />

2 Erickson, Opções Contemporâneas na Escatologia, 51. Erickson não é o único autor que<br />

classifica a teologia luterana como sendo pós-milenarista. Judisch argumenta contra uma<br />

tal posição mostrando que a Confissão de Augsburgo explicitamente “exclui da Igreja<br />

Luterana todos os que advogam o milenarismo (incluindo o pós-milenarismo)”, não apenas<br />

no artigo específico sobre o assunto (XVII), mas em outras partes (“Postmillennialism<br />

and the Augustana,” 159).<br />

3 CTRE – LCMS, Os Tempos do Fim, 11. As designações pré-, pós- e amilenarismo<br />

caracterizam diferentes posições teológicas quanto à relação entre a segunda vinda de<br />

Cristo e o milênio mencionado em Apocalipse 20. Assim, resumidamente, o prémilenarismo<br />

sustenta que a vinda de Cristo acontecerá antes do milênio, ou seja, inaugurará<br />

um período (normalmente entendido como literal) de mil anos de paz sobre a terra. O<br />

pós-milenarismo sugere que a segunda vinda de Cristo acontecerá após o milênio, entendido<br />

este como um período não literal de tempo. E o amilenarismo interpreta o milênio<br />

como sendo todo o período entre a ascensão de Jesus e sua segunda vinda: “algumas<br />

vezes chamado ‘milenarismo realizado’ porque o período referido em Apocalipse 20 está<br />

agora em um processo de realização. [...] aqueles que adotam esta posição concordam<br />

que os ‘mil anos’ referidos em Apocalipse 20 é uma expressão figurada para o presente<br />

reino de Cristo, que começou com sua ascensão ao céu e será manifesto plenamente na<br />

sua seguinda vinda” (Ibid., p. 11).<br />

4 É importante lembrar que há outras subdivisões nestas posições teológicas. A mais<br />

importante delas diz respeito à distinção entre o pré-milenarismo histórico e o<br />

dispensacionalismo (pré-milenarismo dispensacional). Para maiores detalhes, ver: CTRE,<br />

Os Tempos do Fim, pp. 7-10.<br />

7

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