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POR QUE LUTERANOS NÃO SÃO PÓS-MILENARISTAS?<br />

1.6. Reconstrucionismo (Teologia do Domínio, Teonomia) 42<br />

O reconstrucionismo é, talvez, o mais forte ramo do pós-milenarismo<br />

hoje. O impacto do reconstrucionismo (também conhecido como<br />

“Teonomia”) fez-se sentir desde a publicação de dois livros muito influentes:<br />

Institutes of Biblical Law, de Rousas John Rushdoony, publicado<br />

em 1973, e Theonomy in Christian Ethics, de Greg L. Bahnsen,<br />

publicado em 1977. 43 Nos anos 80, as proposições da teonomia foram<br />

especialmente influentes entre os evangelicais, fundamentalistas e<br />

alguns carismáticos. 44 Grenz destaca o caráter caracteristicamente<br />

norte-americano do reconstrucionismo, como sendo “uma resposta<br />

ao domínio do dispensacionalismo dentro do evangelicalismo americano”.<br />

45<br />

42 Outra subdivisão do pós-milenarismo é o “Restauracionismo“. Conforme Stephen Hunt,<br />

“Em contraste com o reconstrucionismo, o restauracionismo formou um grupo sectário<br />

que propunha uma retirada do mundo social e político. [...] Os restauracionistas interpretaram<br />

seu movimento como precipitando um derramar do Espírito Santo, que assumiria<br />

uma expressão concreta através de estruturas eclesiásticas sem paralelo. O reino não<br />

seria deste mundo, mas existiria como uma sociedade alternativa, dirigida conforme as<br />

regulamentações de Deus, por Seu povo“ (“The Rise, Fall and Return of Postmillennariarism”,<br />

57,58). Outros dois movimentos podem ser considerados como representando<br />

alguma forma de pós-milenarismo. Primeiro, a teologia da libertação, na América<br />

Latina. Operando com algumas bases da teologia da esperança, a teologia da libertação<br />

criticava a teologia européia por ser tímida em termos de ações práticas que provocariam<br />

uma mudança na sociedade. A teologia da libertação mudou a metodologia que era<br />

utilizada pela teologia européia, focalizando sua atenção na atividade correta (ortopraxis)<br />

e não na ortodoxia (a crença correta). Segundo, o movimento neopentecostal, com a<br />

teologia do ‘reino agora’. “(Grenz, The Millennial Maze, 193,4.). Um exemplo pode ser visto<br />

na Igreja Universal do Reino de Deus. Fundada em 1977 por Edir Macedo, tem mais de<br />

cinco milhões de seguidores e é proprietária de diversas estações de rádio e de um canal<br />

de TV nacional. Uma de suas características principais é a teologia da prosperidade. Em<br />

sua tese de doutoramento, o teólogo e sociólogo Leonildo Silveira de Campos cita Edir<br />

Macedo: “Nós jamais teremos fé suficiente nas promessas de Deus para ter o que queremos<br />

se nossos lábios continuarem a confessar derrotas [...] Para um cristão não existe<br />

um “eu não posso’, nem o ‘é difícil’. Não, não é. Você pode fazer qualquer coisa se você<br />

crer“ (Teatro, Templo e Mercado, 366,7).<br />

43 Barker, William S. & W. Robert Godfrey. Eds. Theonomy – A Reformed Critique, p. 11. Na<br />

opinião destes autores, a Teonomia é uma visão distorcida da tradição reformada.<br />

44 Ibid., p. 9.<br />

45 Grenz, The Millennial Maze, 194. Stephen Hunt chama a atenção para o fato que o<br />

“Reconstrucionismo tem pouca aceitação fora dos Estados Unidos e pode ser entendido<br />

como parte da nova direita cristã que surgiu nos anos 70“ (“The Rise, fall and Return of<br />

Post-millennarianism”, 55).<br />

17

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