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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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mais competente? Até que ponto os cursos <strong>de</strong> <strong>formação</strong> continua<strong>da</strong> vêm contribuindo para<br />

oportunizar ao professor o acompanhamento do campo científico <strong>da</strong> educação e sua<br />

articulação com a prática pe<strong>da</strong>gógica <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>. Sobretudo, quando levamos <strong>em</strong> conta<br />

que muitos <strong>de</strong>sses cursos segu<strong>em</strong> orientações que, como <strong>em</strong> outras esferas sociais, sofr<strong>em</strong><br />

uma <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao fim <strong>de</strong> man<strong>da</strong>tos políticos <strong>de</strong> governo municipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral.<br />

Já que, muitas vezes, se privilegia os ganhos políticos.<br />

A questão que se coloca hoje é a <strong>de</strong> ver a escola como locus privilegiado <strong>de</strong> <strong>formação</strong><br />

continua<strong>da</strong>. Cursos são episódicos, eventuais. Criar condições na escola para que os<br />

professores construam coletivamente o projeto, estud<strong>em</strong>, se torn<strong>em</strong> <strong>de</strong> fato uma equipe que<br />

aposta <strong>em</strong> um trabalho coletivo. O conhecimento adquirido nos cursos não po<strong>de</strong> ser visto com<br />

algo a ser aplicado na escola. Esta é uma visão equivoca<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>formação</strong> continua<strong>da</strong> e <strong>da</strong><br />

própria forma <strong>de</strong> se pensar o conhecimento como construção. Os professores têm seus saberes<br />

<strong>da</strong> prática, <strong>da</strong> experiência que se articulam com os teóricos e criam algo novo no coletivo<br />

Sobre o projeto político-pe<strong>da</strong>gógico, a entrevista<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>ra que o professor não se<br />

reconhece nele porque não foi coparticipante.<br />

E também você t<strong>em</strong> que estar atrela<strong>da</strong> ao projeto pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> escola e quase a gente não t<strong>em</strong> acesso. Esses<br />

projetos já vêm prontos, o grupo não t<strong>em</strong> assim... Você sabe, aquela maneira que é colocado... Já v<strong>em</strong> pronto. O<br />

grupo não t<strong>em</strong> participação. Já v<strong>em</strong> acabado. Fica por aquilo mesmo. Morre ali na praia. E se você quiser<br />

tomar uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> questionar, <strong>de</strong> saber como é que foi feito aquilo, você sabe que o projeto precisaria ter a<br />

participação <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, gestores, professores, funcionários, responsáveis, todo esse pessoal<br />

envolvido (Professora Salete <strong>em</strong> Entrevista dia 08/07/08).<br />

O projeto é/<strong>de</strong>veria ser uma construção coletiva, s<strong>em</strong>pre renovado junto ao grupo <strong>de</strong><br />

professores e não algo já pronto <strong>em</strong> que os professores se encaixam, s<strong>em</strong> discussão e s<strong>em</strong><br />

questionamento.<br />

Também é preciso abor<strong>da</strong>r a dupla jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong> trabalho não como algo naturalizado. Os<br />

professores <strong>de</strong>veriam ficar <strong>em</strong> uma só escola para justamente se sentir<strong>em</strong> como parte <strong>de</strong> um<br />

grupo, para apostar<strong>em</strong> na escola. As condições <strong>de</strong> trabalho não favorec<strong>em</strong> isso, uma vez que<br />

quase todos os professores <strong>da</strong> Educação Infantil e Ensino Fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> primeira fase atuam<br />

<strong>em</strong> duas escolas para compl<strong>em</strong>entar<strong>em</strong> salário. O professor <strong>de</strong>veria ter horas na sua carga<br />

horária para <strong>formação</strong>, planejamento, atendimento aos alunos e o salário condizente a estas<br />

tarefas. Duas turmas, duas escolas é um absurdo que se tornou normal <strong>em</strong> muitas re<strong>de</strong>s<br />

públicas <strong>de</strong> educação.<br />

Dessa forma, o envolvimento do professor durante a elaboração do projeto político-<br />

pe<strong>da</strong>gógico fica prejudicado; ele <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser coparticipante neste processo, quando trabalha<br />

<strong>em</strong> duas escolas e não consegue conciliar os horários. Muitas vezes, os diretores concentram<br />

num único horário as reuniões <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao projeto político-pe<strong>da</strong>gógico, o que seria muito<br />

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