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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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7) [...] quando as ovelhas foram <strong>em</strong>bora, Maria ficou lá e nunca mais voltou a imitar as outras ovelhas.<br />

Ricardo.<br />

172<br />

8) A ovelha. A ovelha Maria é uma baixinha, um pouco rosinha e <strong>de</strong> olhos azuis. Ela é tão fofa que dá<br />

uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> apertar b<strong>em</strong> forte e a Maria adora flores quando ela vê se impressiona e pega pra<br />

levar para casa e quando as ovelhas vão pro parque ela vai também e a Maria adora passear pelas<br />

florestas e o que ela <strong>de</strong>testa é quando os caçadores vão caçar ovelhas e todo mundo fala que ela é<br />

simpática e contente e eu também acho ela bonita e vocês acham ela lin<strong>da</strong>? Mônica.<br />

9) A história <strong>da</strong> ovelha Maria. Maria era uma ovelha que não tinha inspiração porque s<strong>em</strong>pre imitava as<br />

outras. Se eu fosse ela, eu não imitaria as outras ovelhas porque tenho inspiração [...] Se elas tirass<strong>em</strong><br />

meleca do nariz ela ia tirar também? Eu gostei porque ela parou <strong>de</strong> imitar outras ovelhas e teve<br />

inspiração. Assim que t<strong>em</strong> que ser não imitar os outros. Úrsula.<br />

10) Maria no <strong>de</strong>serto. Era uma vez uma ovelha ela ia atrás <strong>da</strong>s outras e as outras não gostavam [...] as<br />

outras tentavam se escon<strong>de</strong>r mas Maria encontrava to<strong>da</strong>s [...]. Juliana.<br />

O certo é que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma longa conversa sobre eleições municipais, uma leitura<br />

feita pela professora Salete do livro Maria-vai-com-as-outras, mais uma cópia impressa para<br />

os alunos ler<strong>em</strong> individualmente, seguido <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> interpretação a ser<strong>em</strong> respondi<strong>da</strong>s e<br />

um <strong>de</strong>senho <strong>da</strong> ovelha, a produção textual dos alunos sobre o modo <strong>de</strong> ser <strong>da</strong> personag<strong>em</strong> não<br />

po<strong>de</strong>ria ter sido diferente do que mostram os textos escritos acima. A eleição municipal me<br />

pareceu ser um t<strong>em</strong>a <strong>de</strong> interesse para as crianças, pois participaram muito <strong>da</strong> conversa que<br />

antece<strong>de</strong>u a leitura <strong>da</strong> história. Contudo, não <strong>de</strong>ixaram evi<strong>de</strong>nciar se conseguiram fazer a<br />

relação do assunto “eleições municipais” com a obra <strong>de</strong> literatura infantil. Muitas outras<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> transferência <strong>da</strong>s situações cotidianas po<strong>de</strong>riam ter sido explora<strong>da</strong>s como<br />

estratégia <strong>de</strong> antecipação à leitura.<br />

Evento XXXIX<br />

Na proposta <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong> Língua Portuguesa do dia 03 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2008, a professora <strong>de</strong>screveu como<br />

objetivo <strong>de</strong> sua <strong>aula</strong> <strong>de</strong>senvolver a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> interpretativa e argumentativa dos alunos. Distribuiu cópias do<br />

texto “Bicho carpinteiro” <strong>de</strong> Sylvia Orthof para todos os alunos com algumas questões <strong>de</strong> interpretação e uma<br />

produção textual.<br />

A aluna Úrsula escreveu uma história, cujo personag<strong>em</strong> ela chama <strong>de</strong> Leonardo:<br />

“[...] Ele não fazia na<strong>da</strong> ia na escola só brincar, <strong>em</strong> casa fazia a maior bagunça <strong>de</strong>ixava a casa <strong>de</strong> pernas pro<br />

ar e a mãe <strong>de</strong>le não agüentava mais não fazia na<strong>da</strong> o pai era a mesma coisa [...]”.<br />

Mônica escreve sobre a própria colega <strong>de</strong> turma, Úrsula:<br />

“[...] não pára no lugar, ela só fica se levantando e não presta atenção na professora ela só fica brincando e<br />

brincando <strong>de</strong>ver na<strong>da</strong> s<strong>em</strong>pre que t<strong>em</strong> algum probl<strong>em</strong>a ela s<strong>em</strong>pre resolve. Ela é simpática, amiga, educativa e<br />

legal”.<br />

O mesmo fez o aluno Marlon, que escreveu sobre a colega Helena:<br />

“[...] a garota mais carpinteira <strong>da</strong> <strong>sala</strong>. A menina fica 24hoomin falando Bla, Bla, Bla, Bla, Bla. Não parava<br />

1min, <strong>da</strong>qui a pouco eu vou contar o que vai acontecer. Aquela garota ficou <strong>da</strong>ndo grito <strong>de</strong> mulherzinha. Há,há,<br />

há, há, há”.<br />

Para o aluno Ricardo, qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> bicho-carpinteiro t<strong>em</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> pra fazer “bagunça, correr no corredor,<br />

conversar na hora do trabalho <strong>de</strong> <strong>sala</strong>, maltratar a professora e os colegas”. Ao escrever sua história, esse<br />

aluno não escolheu ninguém <strong>da</strong> <strong>sala</strong> como o personag<strong>em</strong>, que ele <strong>de</strong>screveu: “muito bagunceiro e palhaço”. No<br />

final <strong>de</strong> seu texto, Ricardo escreve: “Todos ficaram <strong>de</strong> mal com Carlos, mas <strong>de</strong>pois Carlos se <strong>de</strong>sculpou e todos<br />

os alunos ficaram <strong>de</strong> b<strong>em</strong> com ele”. (Registro <strong>de</strong> campo, 03/06/08).

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