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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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que consistiria num “olhar analítico do pesquisador sobre si mesmo como condição para a<br />

produção do conhecimento”; conceber as crianças como copesquisadoras implica consi<strong>de</strong>rá-<br />

las <strong>sujeitos</strong> “<strong>de</strong> idéias, experiências, saberes, fazeres e vozes, s<strong>em</strong>pre válidos como fonte<br />

confiável <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos” 23 .<br />

Apoiei-me nas a<strong>da</strong>ptações que Gomes (2007) fez <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> conteúdo e do Método<br />

<strong>de</strong> Interpretação <strong>de</strong> sentidos, a partir <strong>de</strong> seus estudos e <strong>de</strong> suas experiências com a pesquisa<br />

qualitativa <strong>em</strong> Ciências Sociais junto a outros pesquisadores, b<strong>em</strong> como <strong>da</strong>s contribuições <strong>de</strong><br />

Minayo (2007) que comunga <strong>de</strong>ste arcabouço teórico-metodológico <strong>da</strong> pesquisa qualitativa.<br />

Segundo esses autores, observa-se um hibridismo <strong>da</strong> técnica <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> conteúdo a partir<br />

do momento <strong>em</strong> que ocorreu sua expansão e atualização, especialmente, ao ser utiliza<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

pesquisa qualitativa (BAUER, 2002 apud GOMES, 2007, p. 83). O certo é que esta técnica<br />

<strong>em</strong> pesquisa permite uma ação <strong>de</strong> inferência do pesquisador (BARDIN, 1979) para<br />

compreen<strong>de</strong>r as intrica<strong>da</strong>s teias <strong>de</strong> significados construídos sócio-culturalmente (GEERTZ,<br />

1989 apud GOMES 2007; GOMES et al, 2005 apud GOMES 2007) .<br />

Gomes enumera alguns avanços <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> técnica <strong>da</strong> análise <strong>de</strong> conteúdo à<br />

pesquisa qualitativa: “(a) a existência <strong>de</strong> mais uma técnica para analisar conteúdos <strong>de</strong><br />

mensagens; (b) a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se analisar conteúdos a partir <strong>da</strong> perspectiva qualitativa; (c)<br />

o uso <strong>de</strong> inferências que part<strong>em</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição dos conteúdos explícitos <strong>da</strong> comunicação para se<br />

chegar a dimensões que vão para além <strong>da</strong> mensag<strong>em</strong>” (p. 83-84). Para o autor, este é um<br />

caminho que po<strong>de</strong> levar à <strong>de</strong>scoberta “do que está por trás dos conteúdos manifestos, indo<br />

além <strong>da</strong>s aparências do que está sendo comunicado” 24 .<br />

Tomei como suporte linguístico-escrito algumas produções textuais escritas dos<br />

alunos e <strong>da</strong> professora <strong>da</strong> turma pesquisa<strong>da</strong>, consi<strong>de</strong>rando-as como uma forma <strong>de</strong> estar com<br />

os outros para ampliar nossos horizontes <strong>de</strong> análise, numa leitura-fruição, como sugere<br />

Gomes 25 . Você dialoga com o outro conhecendo suas formas <strong>de</strong> dizer, <strong>de</strong> forma que a<br />

ampliação <strong>de</strong> suas próprias formas <strong>de</strong> dizer se torna possível (GERALDI, 1995); como<br />

suporte linguístico-oral as entrevistas e ro<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conversas, filma<strong>da</strong>s e não-filma<strong>da</strong>s, e as<br />

produções discursivas ocorri<strong>da</strong>s - entre alunos/alunos, aluno/aluno, professora/ aluno e<br />

professora/alunos - durante as observações feitas na turma. Os suportes s<strong>em</strong>ióticos<br />

compreend<strong>em</strong> os comportamentos, gestos, to<strong>da</strong>s as comunicações não-verbais.<br />

23 SILVA, 2007, p. 33 et. seq.<br />

24 Ibid.<br />

25 Ibid.<br />

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