19.04.2013 Views

O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

idéias <strong>de</strong> Vigotski e Bakhtin, o que também se constituiu para mim uma estratégia, um<br />

caminho <strong>de</strong> estudo e análise do campo observado.<br />

Estes estudos vêm afirmando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o professor oferecer um ensino que<br />

assegure ao aluno a proficiência <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> <strong>em</strong> situações <strong>de</strong> interação comunicativa;<br />

utilizar procedimentos metodológicos na prática pe<strong>da</strong>gógica que possibilite o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> língua <strong>em</strong> situações <strong>de</strong> interação, <strong>de</strong> forma a<br />

enten<strong>de</strong>r e produzir textos, percebendo as diferenças entre uma forma <strong>de</strong> expressão e outra;<br />

estabelecer vínculo dialógico para formar no aprendiz, por meio <strong>da</strong> conscientização, as<br />

funções mentais superiores: atenção, percepção, m<strong>em</strong>ória e a própria linguag<strong>em</strong>; o tecer <strong>de</strong><br />

uma linguag<strong>em</strong> significativa que po<strong>de</strong> ser focaliza<strong>da</strong> pelo seu gênero, coerência sequencial,<br />

tessitura <strong>de</strong> textos, etc. (TRAVAGLIA, 1997; GERALDI, 1996, 1997, 2007; KATO, 1995;<br />

CITELLI, 1994; KRAMER, 1999; SOUZA, 1995; MARCUSCHI, 2002a; SOLÉ, 1998;<br />

LEAL, 2003; KOCH, 2008; BATISTA, 1997; LEITE, 2007; POSSENTI, 2007, e outros).<br />

Oswald (1997) reafirma essa concepção <strong>de</strong> sujeito como um ser histórico-social que<br />

constrói e reconstrói a cultura, transformando-a e sendo transformado por ela. Do mesmo<br />

modo, constrói e reconstrói a escrita (objeto cultural), num processo essencialmente social;<br />

pelas suas interações com diferentes interlocutores (mediadores), o aluno se apropria <strong>da</strong><br />

escrita. A autora <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que é papel <strong>da</strong> escola e, sobretudo, do professor, organizar práticas<br />

interativas <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong> capazes <strong>de</strong> provocar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas<br />

concepções sobre o objeto <strong>de</strong> conhecimento.<br />

Travaglia (1997, p.10) faz um alerta ao professor sobre a operacionalização <strong>de</strong><br />

propostas pe<strong>da</strong>gógicas s<strong>em</strong> um referencial teórico b<strong>em</strong> fun<strong>da</strong>mentado e aprofun<strong>da</strong>do:<br />

[...] o professor <strong>de</strong>ve evitar a a<strong>de</strong>são superficial a modismos lingüísticos ou <strong>da</strong><br />

pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong> língua materna, s<strong>em</strong>, pelo menos, um conhecimento substancial <strong>da</strong>s<br />

teorias lingüísticas <strong>em</strong> que se <strong>em</strong>basam e dos pressupostos <strong>de</strong> todos os tipos<br />

(lingüísticos, pe<strong>da</strong>gógicos, psicológicos, políticos, etc.) que dão forma a teorias e<br />

métodos.<br />

No acontecimento enunciativo-discursivo entre <strong>sujeitos</strong> escolares está <strong>em</strong> <strong>jogo</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s interpretativa, argumentativa e inferencial. No cotidiano <strong>da</strong><br />

<strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>, o professor po<strong>de</strong> propiciar oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s aos alunos <strong>de</strong> criar<strong>em</strong> diferentes<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> significação a partir <strong>de</strong> um já dito, servindo-se <strong>de</strong> esqu<strong>em</strong>as <strong>de</strong> utilização<br />

<strong>de</strong>ntro do campo <strong>de</strong> utilização, <strong>de</strong>slocando e aproximando domínios diferentes e abrindo<br />

espaço para a criação do novo. O <strong>de</strong>safio é <strong>de</strong>senvolver um trabalho pe<strong>da</strong>gógico no ensino <strong>da</strong><br />

linguag<strong>em</strong> sob a perspectiva <strong>da</strong> alteri<strong>da</strong><strong>de</strong> discursiva, princípio dialógico <strong>de</strong> Bakhtin,<br />

84

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!