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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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Durante to<strong>da</strong> a trajetória <strong>de</strong> pesquisa, consi<strong>de</strong>rei ca<strong>da</strong> produção discursiva enuncia<strong>da</strong><br />

um ato <strong>de</strong> co-criação, valorizando a dialogia entre autor e herói, a co-participação no ato <strong>de</strong><br />

narrar, reconhecendo, contudo, a importância <strong>de</strong> não per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o lugar exotópico que<br />

<strong>de</strong>via ocupar, <strong>em</strong>bora concor<strong>de</strong> que “a exotopia é algo por conquistar e, na batalha, é mais<br />

comum per<strong>de</strong>r a pele do que salvá-la” (BAKHTIN, 1992b, p. 35).<br />

Este per<strong>de</strong>r a pele a que Bakhtin se referiu significou muito para mim, seja como<br />

profissional <strong>da</strong> educação seja como pesquisadora. Há algo que me incomo<strong>da</strong> e me angustia.<br />

Como pesquisadores, vamos à escola, perceb<strong>em</strong>os as “pedras”, in<strong>da</strong>gamos, refletimos,<br />

comungamos, nos soli<strong>da</strong>rizamos, nos confraternizamos... E, aí? Déca<strong>da</strong>s se passam;<br />

investimentos governamentais, institucionais e pessoais são <strong>de</strong>spendidos, mas ain<strong>da</strong> não<br />

v<strong>em</strong>os sinais significativos <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças. Será que a escola pública não t<strong>em</strong> sido mais uma<br />

fonte <strong>de</strong> ‘oferta’ <strong>de</strong> <strong>sujeitos</strong> e <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong> estudos, com inúmeras possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise e<br />

verificação <strong>de</strong> diferentes fenômenos, do que propriamente os pesquisadores ser<strong>em</strong> esta oferta<br />

também, numa via <strong>de</strong> mão dupla?<br />

Pretendo que este trabalho <strong>de</strong> pesquisa sobre as relações entre o <strong>jogo</strong> <strong>da</strong> <strong>enunciação</strong><br />

<strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> e a <strong>formação</strong> <strong>de</strong> <strong>sujeitos</strong> leitores e produtores <strong>de</strong> textos possa ser essa oferta<br />

ante as d<strong>em</strong>an<strong>da</strong>s <strong>da</strong> educação escolar, contribuindo para ampliar as discussões acerca <strong>da</strong><br />

complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> que envolve as questões <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> e <strong>da</strong> s<strong>em</strong>pre urgente assunção do<br />

compromisso ético-político com um ensino público pautado nos valores d<strong>em</strong>ocráticos, seja<br />

por parte dos professores do ensino <strong>da</strong> Língua Portuguesa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro ano <strong>de</strong><br />

escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança; dos gestores escolares e coor<strong>de</strong>nadores pe<strong>da</strong>gógicos para uma<br />

escolha criteriosa dos educadores dos três primeiros anos do Ensino fun<strong>da</strong>mental I; dos<br />

gestores <strong>da</strong> administração pública na implantação <strong>da</strong>s políticas públicas <strong>de</strong> educação. Assim<br />

como as teorias, principalmente do campo <strong>da</strong> filosofia, <strong>da</strong> psicologia e <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> e o<br />

cotidiano escolar me impulsionaram a tomar as questões dos processos <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizag<strong>em</strong> <strong>da</strong> Língua Portuguesa como objeto <strong>de</strong> pesquisa científica, creio na<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo ser tomado para cotejamento com outros textos e suscitar novas<br />

questões para ser<strong>em</strong> investiga<strong>da</strong>s.<br />

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