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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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171<br />

c) A proposta <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho seguido <strong>de</strong> texto <strong>de</strong>scritivo ou mesmo com uma<br />

síntese <strong>da</strong> história como finalização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não foi estimulante,<br />

prazeroso para os alunos. Qual a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> escrita? Mais do que prazer.<br />

Trata-se uma escrita para fazer um <strong>de</strong>ver e não <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> interação entre<br />

<strong>sujeitos</strong>.<br />

A maioria <strong>da</strong>s crianças escreveu pouco e d<strong>em</strong>onstrou maior interesse e motivação <strong>em</strong><br />

fazer o <strong>de</strong>senho <strong>da</strong> ovelha com muito esmero. A exaustão dos alunos po<strong>de</strong> ser verifica<strong>da</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>terminados momentos, <strong>em</strong>bora foss<strong>em</strong> interessados e participativos. A proposta <strong>da</strong><br />

professora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início parecia preten<strong>de</strong>r que as crianças <strong>de</strong> oito anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

conseguiss<strong>em</strong> fazer uma transferência <strong>de</strong> conceitos, o que seria difícil para elas, segundo<br />

Vigotski (2005): são capazes <strong>de</strong> formar conceitos, mas encontram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>fini-los<br />

verbalmente, assim como apresentam dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> na aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos <strong>em</strong> diferentes<br />

configurações, fazendo transferência e aplicando um conceito apreendido “a um nível abstrato<br />

a novas situações concretas que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser vistas nesses mesmos termos abstratos” (p. 100).<br />

Algumas <strong>de</strong>ssas produções textuais, entretanto, chamaram-me a atenção pela ousadia<br />

dos alunos <strong>em</strong> “transgredir” o limite que o enunciado <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparent<strong>em</strong>ente impunha e<br />

se <strong>de</strong>sviar<strong>em</strong> dos sentidos tanto <strong>da</strong> autora sobre ter opinião própria <strong>de</strong> um modo geral quanto<br />

<strong>da</strong> professora que apresentou seu próprio sentido – escolhas <strong>de</strong> prefeitos -, antes mesmo <strong>de</strong><br />

contar a história para os alunos.<br />

1) Maria não vai com as outras, ela é uma ovelha bonita, legal e esperta. Maria não gosta <strong>de</strong> jiló, mas<br />

adora feijoa<strong>da</strong>. Maria ia s<strong>em</strong>pre aon<strong>de</strong> as ovelhas iam, mas agora Maria mudou e não segue mais<br />

ninguém. Gustavo.<br />

2) [...] para fazer melhor e to<strong>da</strong>s gostar<strong>em</strong> <strong>de</strong>la [...] um dia ela pensou vou caminhar com os meus<br />

próprios pés. Então, Maria ficou feliz. Paulo.<br />

3) A ovelha come-tudo. Era uma vez uma ovelha que adorava comer. Ela tinha feito um exame chamado<br />

“come-tudo”. Maria estava magrinha e queria engor<strong>da</strong>r, ela tinha visto um lindo restaurante chamado<br />

“João-vai-com-outros” hoje era dia <strong>de</strong> feijoa<strong>da</strong> ela adora e pediu cinco pratos lotados <strong>de</strong> comi<strong>da</strong>.<br />

Maria engordou até d<strong>em</strong>ais e vomitou tudo. E o garçom chegou com a conta e disse: A conta saiu vinte<br />

e cinco reais. E ficou impressionado. Marlon<br />

4) Maria, a ovelha livre [...] e eu não gosto <strong>de</strong> jiló então eu vou para o restaurante comer asas, arroz,<br />

feijão e batata. Tatiana.<br />

5) Até o que ela não gostava, ela fazia. Miguel.<br />

6) A Maria junta no <strong>de</strong>serto com suas amigas ovelhas. Num lindo dia <strong>de</strong> sol Maria e suas amigas ovelhas<br />

iam para o <strong>de</strong>serto conhecê-lo. Mas lá era muito calor. Lá tinha camelos, areia e muito sol [...] Maria<br />

l<strong>em</strong>brou que trouxe água, e <strong>de</strong>u para to<strong>da</strong>s as ovelhas. As ovelhas disseram: Muito obriga<strong>da</strong>, Maria!<br />

[...]. Elisa.

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