O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...
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grupos; (e) instituições; (f) conjunturas, <strong>de</strong>ntre outros corpos analíticos’ (GOMES et al,<br />
2005, p. 202 apud GOMES, 2007, p. 97).<br />
Entre os princípios <strong>da</strong> hermenêutica (compreensão) e <strong>da</strong> dialética (crítica), o<br />
pesquisador põe-se na trajetória analítico-interpretativa dos <strong>da</strong>dos, visando a uma leitura<br />
compreensiva que consiste, “<strong>de</strong> um lado, ter uma visão <strong>de</strong> conjunto e, <strong>de</strong> outro, apreen<strong>de</strong>r as<br />
particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s do material” (GOMES, 2007, p. 100).<br />
Algumas leituras compreensivas <strong>da</strong>s ro<strong>da</strong>s <strong>de</strong> conversa, entrevista e produções<br />
textuais escritas estão explicita<strong>da</strong>s nas seções 4.3 e 4.4, mas voltarão na última parte <strong>de</strong>sta<br />
dissertação, on<strong>de</strong> o material <strong>da</strong> pesquisa <strong>em</strong>pírica consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> maior relevância para o<br />
tratamento do probl<strong>em</strong>a científico ao qual me propus investigar foi distribuído, <strong>de</strong> forma<br />
relativamente estrutura<strong>da</strong>, segundo uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> t<strong>em</strong>ática construí<strong>da</strong> a muitas mãos: a<br />
partir do arcabouço teórico, <strong>da</strong> revisão <strong>da</strong> literatura, <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as relações dialógicas<br />
estabeleci<strong>da</strong>s no contexto <strong>da</strong> pesquisa.<br />
Acredito que nossa vi<strong>da</strong> seja um acontecimento na vi<strong>da</strong> dos outros que são, por sua<br />
vez, os heróis nos acontecimentos <strong>de</strong> nossa vi<strong>da</strong>. Como diz Bakhtin (1992b), aspirar à glória<br />
“é crescer e engran<strong>de</strong>cer no outro e para o outro, e não <strong>em</strong> si mesmo e para si mesmo, é<br />
ocupar no mundo um lugar muito próximo dos cont<strong>em</strong>porâneos e dos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes”.<br />
Heroificação dos outros, edificação <strong>de</strong> um “panteão <strong>de</strong> heróis do qual a pessoa participará,<br />
on<strong>de</strong> se alojará, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> governará a imag<strong>em</strong> futura que t<strong>em</strong> <strong>de</strong> si mesmo, que é cria<strong>da</strong> à<br />
imag<strong>em</strong> dos outros” 26 .<br />
No capítulo seguinte, trago praticamente to<strong>da</strong> a fun<strong>da</strong>mentação teórica advin<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />
leituras dos teóricos <strong>da</strong> filosofia, fazendo como que uma pequena viag<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
invenção <strong>da</strong> arte trágica pelos gregos, passando pela psicanálise até os estudos <strong>de</strong> Bakhtin,<br />
Vigotski, Arendt e Castoriadis. Todos eles trabalharam com o conceito <strong>de</strong> herói, <strong>em</strong>bora<br />
tenham feito analogias distintas, para analisar<strong>em</strong> questões circun<strong>da</strong>ntes do interdiscurso<br />
humano.<br />
26 Ibid., p. 170.<br />
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