19.04.2013 Views

O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Para Koch (2008), estas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> competência leitora e textual <strong>de</strong>pend<strong>em</strong> <strong>de</strong> um<br />

ensino <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> centrado no texto, que possibilite a construção <strong>de</strong> sentidos no <strong>de</strong>correr<br />

do <strong>jogo</strong> interacional:<br />

[...] o tratamento <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>, quer <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> produção, quer <strong>de</strong> recepção,<br />

repousa visceralmente na interação produtor-ouvinte/leitor que se manifesta por<br />

uma antecipação e coor<strong>de</strong>nação recíprocas, <strong>em</strong> <strong>da</strong>do contexto, <strong>de</strong> conhecimentos e<br />

estratégias cognitivas 57 .<br />

O fato é que o analfabetismo e o analfabetismo funcional continuam sendo t<strong>em</strong>as<br />

muito pesquisados no cenário educacional brasileiro, pois ain<strong>da</strong> se constitu<strong>em</strong> <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

entraves para a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> escola como um espaço privilegiado <strong>de</strong> aprendizado<br />

d<strong>em</strong>ocrático (ARROYO, 1999; PARO 2001; VASCONCELLOS, 2007; ESTEBAN, 2007).<br />

Questões como o <strong>de</strong>spertar para o prazer <strong>de</strong> ler e o papel <strong>da</strong> escola; alfabetização/letramento;<br />

importância <strong>da</strong>s interações e mediações entre os <strong>sujeitos</strong> escolares; políticas públicas<br />

educacionais volta<strong>da</strong>s para a eliminação do analfabetismo e <strong>de</strong> incentivo à leitura;<br />

mobilização <strong>de</strong> setores não-governamentais <strong>em</strong> prol <strong>da</strong> educação brasileira; enfim, há uma<br />

gama <strong>de</strong> pesquisas <strong>em</strong> torno <strong>de</strong>sta t<strong>em</strong>ática (SCHNEWLY, 1985 apud UFPR/PROEC, 2004;<br />

BRONCKART, 1991 apud UFPR/PROEC, 2004; MACHADO, 2000 apud UFPR/PROEC,<br />

2004; GERALDI, 1996; BATISTA, 1997; MACHADO, 2000; KATO, 1995; LUFT, 2000,<br />

entre outros) e o probl<strong>em</strong>a continua. Nas avaliações nacionais e internacionais continuamos,<br />

nesse quesito, ocupando posições <strong>da</strong>s quais t<strong>em</strong>os muito do que nos envergonhar. Investigar o<br />

cotidiano <strong>da</strong>s escolas; avaliar cursos <strong>de</strong> <strong>formação</strong> dos professores; propor mu<strong>da</strong>nças efetivas,<br />

ora radicais, ora d<strong>em</strong>agógicas, inconsequentes, <strong>de</strong>turpa<strong>da</strong>s, conservadoras... Entre <strong>de</strong>bates e<br />

<strong>em</strong>bates, a sensação por vezes é a <strong>de</strong> que não conseguimos sair do “lugar”. Seria pessimismo<br />

d<strong>em</strong>ais afirmar que entre milhares <strong>de</strong> tentativas, contamos algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> acertos e<br />

muitas centenas <strong>de</strong> erros?<br />

Desconsi<strong>de</strong>rando a importância <strong>de</strong> avaliações sérias e aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s acerca <strong>da</strong>s<br />

mu<strong>da</strong>nças nas políticas públicas educacionais, muitos governos implantam novos modos <strong>de</strong><br />

organização do sist<strong>em</strong>a escolar <strong>de</strong> suas re<strong>de</strong>s, a maioria superficialmente, baseando-se <strong>em</strong><br />

teorias <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> ou do <strong>de</strong>senvolvimento humano, configurando-se mais um ex<strong>em</strong>plo<br />

<strong>da</strong> tendência a certos modismos observados na história <strong>da</strong> educação brasileira.<br />

Já está posto que as competências leitora/textual estão relaciona<strong>da</strong>s ao prazer <strong>de</strong> ler; e,<br />

consequent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong>spertar o prazer <strong>de</strong> ler propicia a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura, interpretação e<br />

inferência, ou seja, sua competência textual. Defendo como Geraldi (1995) que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

57 Nota: O artigo foi publicado numa página eletrônica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás, s<strong>em</strong> paginação.<br />

77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!