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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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A técnica <strong>da</strong> observação participante foi utiliza<strong>da</strong> com o intuito <strong>de</strong> ir além <strong>de</strong> uma<br />

interpretação <strong>de</strong> eventos, concor<strong>da</strong>ndo com Freitas (2007) <strong>de</strong> que “pesquisador e pesquisado<br />

têm oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para refletir, apren<strong>de</strong>r e ressignificar-se no processo <strong>de</strong> pesquisa” (p. 28).<br />

Quanto à filmag<strong>em</strong>, estu<strong>de</strong>i alguns autores que a utilizaram <strong>em</strong> suas pesquisas. A fonte<br />

maior <strong>de</strong>ste estudo foi a pesquisa bibliográfica <strong>de</strong> Pinheiro, Kakehashi e Ângelo (2005, p.<br />

720) sobre o uso <strong>da</strong> filmag<strong>em</strong> <strong>em</strong> pesquisas qualitativas, <strong>da</strong> qual <strong>de</strong>staco algumas <strong>de</strong> suas<br />

pon<strong>de</strong>rações:<br />

É preciso l<strong>em</strong>brar também que as pessoas tend<strong>em</strong> a modificar seu comportamento<br />

diante <strong>da</strong>s câmeras ou quando são observa<strong>da</strong>s. Os participantes pod<strong>em</strong> agir <strong>de</strong><br />

acordo com o que eles julgam que sejam as expectativas do investigador no estudo,<br />

ou pod<strong>em</strong> apresentar comportamentos muito formais [...]. Porém, os ambientes<br />

sociais são relativamente estáveis, <strong>de</strong> modo que a presença <strong>de</strong> um observador<br />

dificilmente provocará tantas alterações [...]. A literatura recomen<strong>da</strong> que o operador<br />

<strong>da</strong> câmera permaneça pelo menos 10 minutos no ambiente antes <strong>de</strong> começar a<br />

filmag<strong>em</strong>. Acostumando-se com o observador, ou com as câmeras, os <strong>sujeitos</strong><br />

observados voltarão a apresentar seu comportamento usual.<br />

Nesta mesma linha, estão os trabalhos <strong>de</strong> Porto et al (2007, p. 161) que citam Kreckel<br />

(1978), como um dos pesquisadores a ressaltar que<br />

[...] a presença <strong>da</strong> filmadora po<strong>de</strong> causar uma distorção no comportamento,<br />

eliminando aqueles in<strong>de</strong>sejáveis e/ou enfatizando aqueles <strong>de</strong>sejáveis. No entanto, o<br />

autor ressalta que apenas comportamentos do repertório do indivíduo pod<strong>em</strong> ser<br />

oprimidos ou enfatizados, ou seja, uma pessoa não irá produzir comportamentos que<br />

não está <strong>em</strong> seu repertório.<br />

Os trabalhos <strong>de</strong> Porto et al (2007) citam Kreckel (1978), Andra<strong>de</strong> (2002), Fernan<strong>de</strong>s<br />

(2003), Cardoso e Fernan<strong>de</strong>s (2003) e Muñoz-Céspe<strong>de</strong>s (2004) como pesquisadores que<br />

utilizaram a técnica <strong>da</strong> filmag<strong>em</strong>, inclusive, <strong>em</strong> pesquisas relaciona<strong>da</strong>s com a linguag<strong>em</strong>.<br />

Utilizei também a filmadora com fitas VHS com o principal objetivo <strong>de</strong> cruzamento<br />

<strong>de</strong> <strong>da</strong>dos e compl<strong>em</strong>entari<strong>da</strong><strong>de</strong> com outros procedimentos. A câmera móvel foi manipula<strong>da</strong><br />

pela própria pesquisadora. Antes <strong>de</strong> iniciar a pesquisa <strong>de</strong> campo, durante alguns dos dias <strong>em</strong><br />

que estive com a turma participante <strong>da</strong> pesquisa, fiz algumas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pré-teste, para<br />

acostumar-me com o manuseio <strong>da</strong> câmera; e, sobretudo, para que os <strong>sujeitos</strong> observados<br />

foss<strong>em</strong> se a<strong>da</strong>ptando à presença <strong>de</strong> um equipamento reprodutor <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> e som <strong>de</strong> forma a<br />

apresentar seu comportamento <strong>de</strong> forma ca<strong>da</strong> vez mais usual possível. Certamente, contei<br />

com a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> já nos conhecermos e termos vivido situações interrelacionais durante<br />

muito t<strong>em</strong>po: relação aluno/professora e relação <strong>de</strong> colegas <strong>de</strong> trabalho.<br />

A pesquisa qualitativa por imagens guar<strong>da</strong> suas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s quando compara<strong>da</strong> à<br />

pesquisa qualitativa por gravação <strong>de</strong> voz. O que <strong>de</strong>ve predominar é “a relação ética entre o<br />

pesquisador e seus informantes” (BORBA, 2005, p. 78 apud SILVA, 2007, p. 45).<br />

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