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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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como escritora apren<strong>de</strong> a escrever para que seja corrigido, conforme argumenta Geraldi<br />

(1995). Nas palavras <strong>da</strong> mãe, a persistência e a motivação, que também, <strong>de</strong> certa forma,<br />

confirmam a relação simbiótica entre mãe e filho. Além disso, confirma o peso dos valores<br />

culturais relativos à leitura e escrita para as famílias <strong>de</strong>ssas crianças, r<strong>em</strong>ontando a questão <strong>da</strong><br />

onipresença <strong>da</strong> escrita (GALVÃO, 2007).<br />

2. As crianças valorizam a inventivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a troca entre eles mesmos<br />

<strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>, muito mais que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s repetitivas e <strong>de</strong> simples<br />

m<strong>em</strong>orização.<br />

A passivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é aparente, nos casos <strong>de</strong> crianças avalia<strong>da</strong>s com maiores dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. Mas, se prestamos mais atenção, perceb<strong>em</strong>os que elas não ficam<br />

constant<strong>em</strong>ente numa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> espera conformado com uma situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong><br />

se comparado aos d<strong>em</strong>ais. É preciso consi<strong>de</strong>rar a <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> como espaço <strong>de</strong> construção<br />

sócio-cultural do po<strong>de</strong>r argumentativo/inferencial <strong>da</strong>s crianças.<br />

3. As frustrações <strong>da</strong> professora com relação à sua opção profissional se <strong>de</strong>v<strong>em</strong> mais<br />

à <strong>de</strong>svalorização e <strong>de</strong>sprestígio social, às dinâmicas intraescolares – gestão<br />

escolar e compromisso do corpo docente - do que ao exercício do magistério e aos<br />

alunos com seus respectivos familiares.<br />

Existe uma relação entre condições <strong>de</strong> trabalho e suportes aos processos<br />

ensino/aprendizag<strong>em</strong>. Há uma experiência <strong>de</strong> luta interna, um misto <strong>de</strong> contradições, uma<br />

tendência a substituir a luta e a resistência por uma espécie <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> cont<strong>em</strong>plativa diante <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e vice-versa.<br />

A <strong>de</strong>fesa pelo uso <strong>de</strong> <strong>jogo</strong>s <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>, como recurso aos processos <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizag<strong>em</strong>, po<strong>de</strong> não ser a real motivação ou a razão principal do professor. Os<br />

<strong>jogo</strong>s pod<strong>em</strong>, ao mesmo t<strong>em</strong>po, ser úteis na aquisição <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados comportamentos<br />

consi<strong>de</strong>rados satisfatórios pelos professores para a convivência intraescolar, para a <strong>formação</strong><br />

<strong>da</strong> autonomia, respeito e valorização <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana.<br />

A indisciplina e a quebra <strong>de</strong> compromisso com as regras estabeleci<strong>da</strong>s previamente<br />

pelas crianças e professora é s<strong>em</strong>pre um assunto que retorna <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> e, <strong>de</strong> certa forma,<br />

o professor po<strong>de</strong> fazer e propor analogias <strong>de</strong>ssas questões com os <strong>jogo</strong>s. Isso nos faz<br />

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