O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...
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solução pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> estar “impregnados <strong>de</strong> sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> tensão <strong>em</strong>ocional”, (BAKHTIN,<br />
1992b). O conhecimento do outro, exige exotopia, isto é, um lugar exterior que permite que se<br />
veja do sujeito algo que ele próprio nunca po<strong>de</strong>rá ver. Uma exotopia concreta “no t<strong>em</strong>po, no<br />
espaço e no sentido, a respeito <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do outro <strong>em</strong> seu todo, com sua orientação <strong>de</strong> valores e<br />
sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>” 71 . E ain<strong>da</strong>: era importante tirar “proveito <strong>de</strong> nossa exotopia a respeito<br />
do herói para compreen<strong>de</strong>r e ver o todo <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>stino” (p. 189-190). O <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> um ser<br />
humano não po<strong>de</strong> ser jamais o apequenamento, a passivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o isolamento forçado, a<br />
antinomia, n<strong>em</strong> a heteronomia.<br />
Disso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> uma práxis social, entre elas, a educacional, realmente revolucionária.<br />
Conclamação social por profun<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> paradigmas. Esse é o meu <strong>de</strong>sejo s<strong>em</strong>pre<br />
presente <strong>em</strong> tudo que faço.<br />
Segundo Brito & Leonardos (2001, p.16), “é mais importante compreen<strong>de</strong>r a forma<br />
pela qual o pesquisador se comunica com os outros participantes e estabelece a negociação no<br />
seio do processo <strong>de</strong> pesquisa do que julgar se tal negociação se realizou <strong>de</strong> maneira correta ou<br />
incorreta”. E é isso o que realmente mais pesou para mim durante a pesquisa <strong>de</strong> campo.<br />
4.2 O campo <strong>da</strong> pesquisa<br />
Escolhi como campo uma turma <strong>de</strong> 3º ano do 1º. Ciclo <strong>de</strong> Formação (Ensino<br />
Fun<strong>da</strong>mental I), composta por 31 alunos <strong>de</strong> uma escola <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Municipal do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
situa<strong>da</strong> na Zona Sul <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. As razões <strong>da</strong> escolha <strong>de</strong>sta turma foram as seguintes:<br />
71 Ibid., p. 142.<br />
i. A maioria dos alunos <strong>da</strong> turma estu<strong>da</strong>va nesta mesma escola <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro<br />
ano do 1º Ciclo <strong>de</strong> Formação; sendo que quase todos foram meus alunos <strong>em</strong><br />
anos anteriores;<br />
ii. A relação <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> confiança entre a pesquisadora, alunos<br />
pesquisados e familiares dos alunos facilitou a compreensão <strong>da</strong> pesquisa e as<br />
autorizações para a realização dos diversos registros <strong>de</strong> observação;<br />
iii. A expressiva experiência <strong>da</strong> professora que atuava na Re<strong>de</strong> Municipal <strong>de</strong><br />
Ensino <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro há quase 25 anos e assumia discursivamente<br />
concepções <strong>de</strong> sujeito, linguag<strong>em</strong>, processo ensino-aprendizag<strong>em</strong>, entre outras,<br />
que se aproximam do respaldo teórico <strong>da</strong> pesquisa;<br />
iv. O fato <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> uma turma que estava <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong><br />
alfabetização.<br />
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