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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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durante as relações dialógicas no cotidiano <strong>da</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> observado se <strong>de</strong>u a partir <strong>de</strong> um<br />

voltar diversas vezes nos <strong>da</strong>dos filmados e não filmados; e foram esses contatos posteriores<br />

com os <strong>da</strong>dos os que me levaram às leituras compreensivas sobre os mesmos. Diria<br />

parcialmente compreensivas, consi<strong>de</strong>rando os aspectos complexos <strong>da</strong> pesquisa qualitativa <strong>de</strong><br />

um modo geral, b<strong>em</strong> como do probl<strong>em</strong>a escolhido por mim para investigação; a<br />

provisorie<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento científico; e, sobretudo, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> permanecermos<br />

abertos às replicas uns dos outros.<br />

Consi<strong>de</strong>rei importantes contribuições as conceituações <strong>de</strong> Bardin (1979) retoma<strong>da</strong>s e<br />

redimensiona<strong>da</strong>s por Gomes (2007) e, especificamente, a proposta <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<br />

<strong>de</strong> pesquisa qualitativa <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> por ele e outros pesquisadores <strong>de</strong> Método <strong>de</strong><br />

Interpretação <strong>de</strong> Sentidos.<br />

Procurei fazer <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos procedimentos metodológicos <strong>de</strong> pesquisa adotados<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> encontro que permitiss<strong>em</strong> um número crescente <strong>de</strong> réplicas.<br />

A seguir, apresento uma síntese <strong>de</strong> algumas conclusões e confirmações que meus<br />

encontros com os <strong>sujeitos</strong> pesquisados tornaram possíveis.<br />

1. Sobre as experiências <strong>da</strong> criança com os adultos nos processos <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizag<strong>em</strong> - o peso <strong>da</strong> presença materna e o peso <strong>da</strong> presença do<br />

professor na aprendizag<strong>em</strong> <strong>da</strong> leitura e escrita<br />

A manifestação <strong>de</strong> alegria e satisfação <strong>da</strong>s mães quando o filho alcança sucesso na<br />

aprendizag<strong>em</strong>, seja pelo gesto <strong>de</strong> recompensá-lo com algo material, seja pelas palavras <strong>de</strong><br />

estímulo e motivação para que continue o ‘aperfeiçoamento’ <strong>da</strong> leitura e escrita foi uma<br />

experiência muito revela<strong>da</strong> pelas crianças. Não se po<strong>de</strong> falar que a experiência que a criança<br />

vive com o adulto professor <strong>em</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> - ao revelar-se leitor e produtor <strong>de</strong> textos escritos<br />

- contrasta com as reações <strong>da</strong> mãe. São experiências diferentes. O aspecto volitivo-afetivo está<br />

mais presente na experiência com a mãe do que com a professora, conforme os relatos<br />

escritos <strong>da</strong>s crianças 99 .<br />

A noção <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r para ter sucesso na vi<strong>da</strong> não é tão forte quanto a experiência <strong>de</strong><br />

ser tomado como herói por qu<strong>em</strong> se ama. O que pesa mais é a confiança expressa <strong>de</strong> diversas<br />

formas. Isso faz a diferença e justifica o entusiasmo <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s crianças ao afirmar: “Eu tinha<br />

fé que eu ia conseguir ler!”. Para o professor, a criança <strong>de</strong>s<strong>de</strong> suas primeiras experiências<br />

99 Cf. na página 108 <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

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