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O jogo da enunciação em sala de aula e a formação de sujeitos ...

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CAPÍTULO 3<br />

COMPARTILHANDO UTOPIAS NOS FAZEMOS COMPANHEIROS<br />

67<br />

D as coisas <strong>de</strong>saparece o calor. O s objetos <strong>de</strong> uso diário<br />

repel<strong>em</strong> <strong>de</strong> si o hom <strong>em</strong> , suave, m as persistent<strong>em</strong> ente. E m<br />

sum a, ele t<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong> penhar, dia após dia, para a<br />

superação <strong>da</strong>s resistências secretas – e não apenas <strong>da</strong>s<br />

abertas – que se opõ<strong>em</strong> a ele, um trabalho <strong>de</strong>scom unal.<br />

Precisa com pensar a frieza <strong>de</strong>las com o próprio calor, para<br />

não congelar com elas, e <strong>em</strong> punhar com infinita habili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

os seus espinhos, para não sangrar neles.<br />

W alter B enjam in 53<br />

O presente trabalho tomou por base estudos que giram <strong>em</strong> torno dos processos <strong>de</strong><br />

ensino/aprendizag<strong>em</strong> <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> cujo respaldo teórico fun<strong>da</strong>menta-se nas perspectivas<br />

histórico-sociais basea<strong>da</strong>s <strong>em</strong> dois teóricos soviéticos, Mikhail Bakhtin e Lev Vigotski, que<br />

vêm contribuindo para a concepção <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> teci<strong>da</strong> nas relações sociais;<br />

que reconhec<strong>em</strong> as questões <strong>de</strong> ord<strong>em</strong> psicológica que impactam nos processos <strong>de</strong><br />

apropriação <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>, que segue a direção do interpsicológico para o intrapsicológico,<br />

com a <strong>formação</strong> <strong>da</strong> consciência na parceria com os mais experientes e <strong>da</strong>s funções mentais<br />

superiores, tais como m<strong>em</strong>ória, atenção, percepção e a própria linguag<strong>em</strong> (SMOLKA &<br />

GÓES, 1993). Buscou ain<strong>da</strong> aproximações <strong>de</strong>sses dois teóricos com o pensamento filosófico-<br />

político <strong>de</strong> Cornelius Castoriadis (1991) e Hannah Arendt (2005).<br />

Embora meus estudos não tivess<strong>em</strong> a história <strong>da</strong> educação brasileira como t<strong>em</strong>ática<br />

central <strong>de</strong> investigação, o imperativo ético-político me impulsionou a questionar os<br />

<strong>de</strong>scaminhos do sist<strong>em</strong>a educacional brasileiro que traz <strong>em</strong> seu bojo os ranços e resquícios <strong>de</strong><br />

autoritarismo, centralização, legalismo e tecnicismo, repressão à participação política lúci<strong>da</strong>,<br />

realista e consequente. Por outro lado, reconhec<strong>em</strong>os historicamente a procura por parâmetros<br />

que impulsion<strong>em</strong> os educadores a uma práxis educativa revolucionária, que os lev<strong>em</strong> a ousar<br />

para além do possível (CASTORIADIS, 1991).<br />

53 Cf.: Walter Benjamin <strong>em</strong> “Obras escolhi<strong>da</strong>s II – Rua <strong>de</strong> Mão Única (2000, p. 24).

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