Revisão de Estudos clínicos: - Pfizer
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Capítulo 4. Cenários <strong>de</strong> <strong>Revisão</strong> pelo Comitê <strong>de</strong> Ética 107<br />
Comentários sobre a Relação Risco-Benefício – Cenário 1<br />
A Dra. Haugen tem planos <strong>de</strong> tornar-se a investigadora <strong>de</strong> um estudo clínico fase I<br />
sobre câncer <strong>de</strong> pulmão. O estudo requer que ela colete amostras regulares <strong>de</strong><br />
sangue, totalizando não mais do que 800 ml ao longo <strong>de</strong> duas semanas. O presi<strong>de</strong>nte<br />
do CE ficou surpreso, ao ler o protocolo, que 800 ml <strong>de</strong> sangue po<strong>de</strong>riam ser<br />
coletados <strong>de</strong> pacientes terminais com câncer. Sendo um especialista em<br />
hematologia, ele sabe que uma doação <strong>de</strong> sangue normal <strong>de</strong> indivíduos saudáveis<br />
varia <strong>de</strong> 200 a 550 ml, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do país, e uma doação completa <strong>de</strong> sangue não<br />
<strong>de</strong>ve a princípio ser repetida em menos <strong>de</strong> oito semanas. O presi<strong>de</strong>nte observou que<br />
o protocolo listava uma universida<strong>de</strong> médica bem conhecida do Reino Unido como<br />
um possível centro do estudo, então ele simplesmente enviou um e-mail para o<br />
presi<strong>de</strong>nte do CE daquela universida<strong>de</strong> e pediu a sua opinião sobre o protocolo em<br />
questão. Levou apenas algumas horas para a resposta por e-mail chegar: “N~o, n~o<br />
aceitamos o protocolo, pois é prejudicial e antiético coletar 800 ml <strong>de</strong> pacientes<br />
terminais – não há ganhos, apenas dor para participantes muito doentes.” O<br />
presi<strong>de</strong>nte do CE não pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>saprovar o protocolo, o que só po<strong>de</strong> ser feito durante<br />
uma reunião <strong>de</strong> revisão completa do CE.<br />
Observação: Na verda<strong>de</strong>, este Cenário representa um caso verda<strong>de</strong>iro; os<br />
patrocinadores po<strong>de</strong>m supor que, mesmo se um CE não aceitar o protocolo, talvez<br />
outro Comitê aceite. A consulta a outros CEs envolvidos na revisão do mesmo<br />
protocolo é, na verda<strong>de</strong>, uma boa prática e <strong>de</strong>ve ser estimulada.<br />
Comentários sobre a Relação Risco-Benefício – Cenário 2<br />
O professor Sekaran está pensando em participar <strong>de</strong> um novo estudo com uma<br />
vacina para certa infecção em sua área <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>. A revisão do CE está focada<br />
no risco <strong>de</strong> eventos adversos graves associados à vacina; a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ocorrência <strong>de</strong> convulsões e lesão cerebral permanente com a vacina é <strong>de</strong> 1 em<br />
5.000. Por outro lado, se uma criança não receber a vacina, for infectada e contrair a<br />
doença, o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver complicações sérias, persistentes e que ameaçam a<br />
vida é cerca <strong>de</strong> 1 em 500 . Os membros do CE chegaram a um consenso que o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma vacina eficiente seria muito benéfico, uma vez que até 10<br />
em 5.000 crianças irão <strong>de</strong>senvolver complicações graves pela própria doença.<br />
Embora efeitos colaterais sérios ocorram em 1 <strong>de</strong> 5.000 crianças vacinadas, o CE<br />
<strong>de</strong>terminou que os benefícios superaram o risco. Uma informação adicional foi que<br />
a doença era bastante prevalente na comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> o estudo seria realizado,<br />
oferecendo possíveis benefícios à socieda<strong>de</strong> e talvez proteção àqueles que estão<br />
participando do estudo.<br />
Observação: É comum o cenário on<strong>de</strong> o risco <strong>de</strong> complicações da doença é avaliado<br />
em relação ao risco <strong>de</strong> complicações induzidas pela vacina. Há um <strong>de</strong>bate em<br />
andamento sobre os benefícios gerais da vacinação da população, então nossas<br />
opiniões divergem neste caso.<br />
Comentários sobre a Relação Risco-Benefício – Cenário 3<br />
A professora Garbo tem planos <strong>de</strong> realizar um estudo clínico com fórmula infantil<br />
que tem como objetivo i<strong>de</strong>ntificar a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início dos efeitos do hormônio do<br />
crescimento em crianças. O protocolo do estudo especifica que ela irá acompanhar<br />
as crianças <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento até um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e que ela irá coletar uma<br />
amostra <strong>de</strong> sangue (4 ml) <strong>de</strong> cada criança nos meses 0, 6, 8, 10 e 12, para fazer<br />
testes para o fator <strong>de</strong> crescimento. O presi<strong>de</strong>nte do CE enten<strong>de</strong>u que este é um<br />
estudo intervencional que envolve mais do que riscos mínimos, e também percebeu<br />
que a população do estudo é vulnerável por natureza. O pedido ao CE estava sujeito<br />
a revisão completa pelo CE. Os membros do CE não i<strong>de</strong>ntificaram riscos <strong>de</strong> maior