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Revisão de Estudos clínicos: - Pfizer

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Capítulo 3. Ciência, Ética e Garantia da Qualida<strong>de</strong> dos <strong>Estudos</strong> Clínicos 67<br />

Equilíbrio risco-benefício é um termo muito mais apropriado do que razão risco-benefício ao<br />

avaliar o risco em propostas <strong>de</strong> estudos <strong>clínicos</strong>, porque representa a condição <strong>de</strong> um<br />

sistema on<strong>de</strong> as influências (como risco e benefício) estão equilibradas. [N. do T.: Em<br />

português, “relação risco-benefício” também é um termo mais flexível, e será usado aqui,]<br />

Determinar a relação risco-benefício é consi<strong>de</strong>rado por muitos como a questão ética mais<br />

difícil a ser avaliada por um CE. Em termos gerais, é preciso comparar os riscos <strong>de</strong> com os<br />

possíveis benefícios <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> um estudo. Geralmente, para uma pesquisa que<br />

envolva mais do que o risco mínimo <strong>de</strong> dano aos participantes, o investigador <strong>de</strong>ve garantir<br />

que os possíveis benefícios sobrepujem o risco: “Em pesquisa médica envolvendo seres<br />

humanos, o bem-estar <strong>de</strong> cada indivíduo da pesquisa prece<strong>de</strong>r qualquer outro interesse.” “A<br />

pesquisa médica envolvendo seres humanos somente <strong>de</strong>ve ser realizada se a importância do<br />

objetivo sobrepujar os riscos e ônus inerentes aos participantes da pesquisa.” (Declaração <strong>de</strong><br />

Helsinque).<br />

O benefício não está estritamente relacionado aos participantes;na verda<strong>de</strong>, está mais<br />

relacionado ao benefício para a socieda<strong>de</strong>, por exemplo: acúmulo <strong>de</strong> novos conhecimentos e<br />

progresso da ciência. Obviamente, tanto os riscos quanto os possíveis benefícios são<br />

altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da fase <strong>de</strong> um estudo clínico, o tipo <strong>de</strong> agente terapêutico testado, a<br />

doença em estudo, o melhor tratamento atual e o padrão <strong>de</strong> cuidado oferecido. O número <strong>de</strong><br />

visitas do estudo, o tipo e número <strong>de</strong> investigações clínicas e número <strong>de</strong> participantes<br />

po<strong>de</strong>m também pesar na equação. Os riscos <strong>de</strong> um estudo clínico são normalmente<br />

<strong>de</strong>terminados pelos riscos <strong>de</strong> reações adversas graves e não graves esperadas, variando <strong>de</strong><br />

cenários muito leves aos piores casos. Estimativas <strong>de</strong> risco são <strong>de</strong>terminadas a partir da<br />

experiência pré-clínica e clínica anteriores com o produto em estudo. É obrigatório que toda<br />

a experiência anterior ao usar o produto em estudo seja resumida no protocolo do estudo, e<br />

normalmente que também sejam <strong>de</strong>talhadas na brochura do investigador.<br />

É responsabilida<strong>de</strong> do CE <strong>de</strong>cidir se um estudo clínico tem uma relação risco-benefício<br />

aceitável eticamente, uma vez que cabe aos potenciais participantes <strong>de</strong>cidirem se participar<br />

o estudo aten<strong>de</strong> aos seus interesses. O CE <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar se a pesquisa foi <strong>de</strong>senhada e<br />

realizada <strong>de</strong> forma apropriada, ao mesmo tempo em que garante que os participantes não<br />

sejam expostos a riscos <strong>de</strong>snecessários e injustificáveis.<br />

A avaliação <strong>de</strong> possíveis danos aos participantes é normalmente traduzida como avaliação<br />

<strong>de</strong> risco. Tanto o grau dos possíveis danos, como cefaleia ou morte, quanto sua<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência – por exemplo, uma em um milhão ou uma em cinco - são<br />

avaliados, e juntos dão uma estimativa do risco global. <strong>Estudos</strong> <strong>clínicos</strong> com risco acima <strong>de</strong><br />

um nível mínimo <strong>de</strong>vem ser submetidos a um grau mais alto <strong>de</strong> revisão ética. O conceito <strong>de</strong><br />

risco mínimo suscita questões especiais, principalmente quando novos produtos medicinais<br />

são estudados em estudos intervencionais. Tal pesquisa frequentemente envolve incertezas<br />

sobre a exata magnitu<strong>de</strong> e tipos <strong>de</strong> danos que po<strong>de</strong>m ocorrer, o que limita a i<strong>de</strong>ntificação<br />

prévia <strong>de</strong> riscos. É sempre difícil prever a exata natureza e magnitu<strong>de</strong> dos benefícios e<br />

riscos <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa; portanto, é necessária a monitorização <strong>de</strong> dados e<br />

segurança.<br />

Os riscos <strong>de</strong>vem ser avaliados sistematicamente, consi<strong>de</strong>rando fatores como danos físicos<br />

(danos ao corpo ou simples incômodo, por exemplo), dano psicológico (sofrimento<br />

emocional ou quebra <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>), dano social (emprego ou discriminação social)<br />

e riscos econômicos (custos financeiros relacionados à participação). Similarmente, os<br />

possíveis benefícios <strong>de</strong>vem ser avaliados sistematicamente em termos <strong>de</strong> benefícios físicos<br />

(por exemplo, melhoria da doença), benefício psicológico (reconforto ou sentimento <strong>de</strong><br />

ajudar outras pessoas no futuro), benefício econômico (benefícios financeiros relacionados<br />

à participação na pesquisa), ou benefícios para a ciência/socieda<strong>de</strong> (conhecimento geral,<br />

intervenções eficazes no futuro, ou mudança nos padrões <strong>de</strong> prática que diminuam a<br />

morbida<strong>de</strong> ou mortalida<strong>de</strong>). Finalmente, a avaliação <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar tanto a magnitu<strong>de</strong><br />

quanto a duração do possível risco, bem como dos benefícios.

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