1 a Conferência <strong>Internacional</strong> <strong>Virtual</strong> <strong>sobre</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Carne</strong> Suína16 <strong>de</strong> novembro a 16 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000 — Concórdia, SCTabela 6 — Valores (%) do teor dos principais ácidos graxos na gordura subcutânea<strong>de</strong> suínos ibéricos e dos componentes principais, <strong>de</strong>terminados comouma função da sua composição <strong>de</strong> ácidos graxos dos grupos <strong>de</strong> animaisterminados com diferentes regimes alimentares.Ácidos graxosComponente principalGrupo C181 C160 C180 C182 PRIN1 PRIN2 PRIN3 PRIN41 47,7 24,0 12,5 8,3 -6,84672 0, 5491 0,47961 -0,159682 47,8 23,7 12,5 8 -6,66138 0,7481 0,39811 -0,544883 49,4 23,6 11,8 7,7 -5,04126 1,2518 0,85371 -0,282574 48,7 22,0 12,1 10,2 -4,94028 -1,3744 -0,81153 -0,035695 49,8 23,9 12,1 7,5 -4,93204 1,7446 0,71609 0,232356 48,3 20,4 10,9 14,2 -3,99758 -5,6994 -1,44719 0,382017 46,9 19,2 9,3 18,7 -3,90323 -10,8133 -1,4902 0,609588 50,1 22,5 11,3 8,7 -3,76607 0,1871 0,34738 -0,20439 49,2 21,7 10,0 12,1 -3,56717 -3,6226 0,39987 0,1638110 50,9 23,1 11,7 7,3 -3,55338 1,9157 0,58374 -0,1021611 50,7 21,8 12,5 8,2 -3,42412 1,0347 -0,98119 -0,2690412 50,7 22,0 11,9 8,4 -3,28342 0,7115 -0,41625 -0,2225513 51,2 21,9 10,1 9,6 -2,12695 -0,786 0,75308 -0,0573420 52,5 21,8 9,9 9,1 -0,94765 -0,04 0,86766 0,1089335 53,9 21,1 9,6 8,7 0,60838 0,4691 0,65629 0,0583245 54,8 20,8 9,4 8,7 1,55848 0,6131 0,59037 0,1812452 54,4 19,7 8,6 10,8 2,05557 -1,8512 0,28901 0,0426858 55,7 19,3 8,4 10,3 3,36368 -1,17789 0,19571 0,1090459 56,3 19,7 9,1 8,8 3,37402 0,61624 0,13564 -0,0256660 56,4 19,6 9,2 8,5 3,44951 0,90991 0,04031 -0,1565 56,9 19,2 7,8 9,7 4,58815 -0,52663 0,70701 -0,0390170 57,0 18,3 8,5 9,4 4,77449 -0,23932 -0,30604 -0,54408138
1 a Conferência <strong>Internacional</strong> <strong>Virtual</strong> <strong>sobre</strong> <strong>Qualida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Carne</strong> Suína16 <strong>de</strong> novembro a 16 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000 — Concórdia, SCÀs vezes, <strong>de</strong>vido à escassez <strong>de</strong> bolotas <strong>de</strong> carvalho, suplementa-se ração durantea montanera para aumentar o número <strong>de</strong> animais na <strong>de</strong>hesa. Desta forma, setorna fácil controlar a quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> ração recebida pelos animais, mas não aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolotas consumidas. Esta proporções bolotas/ração, assim como o tipo<strong>de</strong> concentrado, <strong>de</strong>terminam o perfil <strong>de</strong> ácidos graxos da gordura subcutânea. Assim,se po<strong>de</strong> ver que nos grupos 8, 9, 10, 11 e 12, cuja suplementação média <strong>de</strong> ração foientre 1,5 e 2 kg por animal, os valores <strong>de</strong> ácido oleico são mais altos (ou mais baixosno caso do ácido palmítico) do que os dos grupos que consumiram apenas ração, masnão é possível indicar qualquer valor <strong>de</strong> ácido graxo que diferencie este tipo <strong>de</strong> ração.No entanto, observando-se os valores <strong>de</strong> componente principal (PC1, PC2, Tabela6 e Figura 1) obtidos com a composição <strong>de</strong> ácidos graxos, po<strong>de</strong> ser visto que todostêm valores <strong>de</strong> PC1 entre -4 e -3, e aqui é possível diferenciar os animais alimentadosexclusivamente com concentrados dos que comeram uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolotas<strong>de</strong> carvalho.Dentro dos grupos alimentados com ração, o grupo 6 (terminado com uma raçãogordurosa, com pouquíssimo consumo <strong>de</strong> bolotas) e o grupo 7 (cuja dieta foi baseadaem ração e sementes <strong>de</strong> girassol) <strong>de</strong>vem ser mencionados. O consumo <strong>de</strong> semente<strong>de</strong> girassol levou a altos valores <strong>de</strong> ácido linoleico (18,7%) na gordura subcutânea <strong>de</strong>animais do grupo 7. Portanto, os altos valores <strong>de</strong>ste ácido nos grupos 6 (14,2%) e 9(12,1%) resultariam da inclusão <strong>de</strong> alguma matéria prima rica em ácido linoleico naração.A sensação ao toque da gordura do pernil nos grupos 6, 7 e 9, tanto na carnefresca, quanto na curada, é provavelmente melhor ou similar que a dos animais queconsumiram apenas bolotas <strong>de</strong> carvalho e, com este critério <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>(toque), todos os animais seriam classificados no tipo “bellota”, mas, com o controleda composição da gordura, po<strong>de</strong> se ver claramente que a sua classificação seria“alimentado com ração”.Do outro lado da escala estão os grupos <strong>de</strong> animais que foram terminadosaproveitando o uso da montanera, como, por exemplo, os grupos 52, 58, 65 e 70.Em todos, a percentagem <strong>de</strong> ácido oleico foi acima <strong>de</strong> 54% e <strong>de</strong> palmítico <strong>de</strong> menos<strong>de</strong> 20%, com valores variáveis <strong>de</strong> esteárico e linoleico. No entanto, houve outrosgrupos, como o 59 e 60, que consumiram ração na montanera e tiveram valores <strong>de</strong>ácidos oleico iguais ou maiores do que alguns citados anteriormente. Assim, nãoé fácil <strong>de</strong>terminar o regime alimentar pré-abate dos animais a partir <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> ácidos graxos.Por outro lado, quando são calculados os componentes principais dos grupos,po<strong>de</strong>m ser vistas diferenças marcantes entre os grupos montanera pura e montanerasuplementada com ração. Assim, o grupo 70 tem os valores mais altos do CP1,seguido pelo grupo 65, ambos correspon<strong>de</strong>ntes a suínos ibéricos puros. Os grupos 52e 58 também foram <strong>de</strong> animais terminados exclusivamente na montanera, na mesmagranja e junto com os animais do grupo 65, mas <strong>de</strong> diferente linhagem genética.Enquanto o grupo 65 era composto <strong>de</strong> ibéricos puros, o grupo 52 era uma cruza 50%Duroc e o grupo 58 era <strong>de</strong> animais Duroc com 75% <strong>de</strong> sangue ibérico. Ao observaros valores <strong>de</strong> ácido oleico e linoleico, po<strong>de</strong> ser visto que, quanto maior o grau <strong>de</strong>sangue ibérico, maiores são os valores <strong>de</strong> ácido oleico e menores os <strong>de</strong> linoleico emsua gordura.139