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200 O. LEVI-STRAUSS TBISTES TB6PIOOS 201<br />

a figura e 0 funda ocupam aproximadamente uma superficie<br />

igual, a tal ponto que e possivel ler a composi~ao de duas<br />

maneiras, invertendo os grupos chamados a desempenhar<br />

um ou outro papel: cada motivo pode ser vlsto em posltivo e<br />

em negativo. Enfim, a decora~ao respeita freqUentemente<br />

urn duplo principia de simetria e de assimetria simultaneamente<br />

apHcados, 0 que se traduz sob a forma de registros<br />

opostos entre eles, raramente partidos ou cortados, mais geralmente<br />

fendJidos ou tallutdos, ou ainda esquartelados ou<br />

gironad08. E de prop6sito que emprego termos de heraidica;<br />

porque tOdas essas regras evocam irresistlvelmente os principios<br />

do brasao.<br />

Prossigamos a analise por meio de urn exemplo: eis uma<br />

pintura de corpo que parece simples (figs. 22 e 23). Consiste<br />

em palas onduladas e acostadas, determinando campos fuselados<br />

'e regulares, cujo fundo e semeado de pequenos m6veis,<br />

em mimero de um por campo. Essa descri~o e enganadora:<br />

olhemos de mais perto. Corresponde talv~ez a aparencia geral,<br />

uma vez terminado 0 desenho. Mas a desenhista nao<br />

com~u por tra~ar as suas faixas onduladas para em seguida<br />

ornar cada intersticio com urn m6vel.<br />

Seu metodo foi diferente, e mais complicado. Trabalhou<br />

como urn calceteiro, constrnindo fileiras sucessivas por meio<br />

de elementos identicos. Cada elemento e composto da seguinte<br />

maneira: urn setor de faixa, formado pela parte cancava<br />

duma banda e pela parte convexa da banda adjacente; um<br />

campo fuselado; urn m6vel no centro desse campo. 1!:sses elementos<br />

se imbricam por encaixe uns sabre os ontros e e<br />

sbmente ao fim que a figura encontra uma estabilidade, confirmando<br />

e desmentindo ao mesmo tempo 0 processo din9..­<br />

mico pelo qual foi exeeutada.<br />

o estilo caduveo nos pOe em presen~a, pois, de tOda uma<br />

serie de complexidades. Ha, em primeiro lugar, urn dualismo<br />

que se projeta em pIanos sucessivos, como numa sala de espelhos:<br />

homens e mulheres, pintura e escultura, representa~ao<br />

e abstra~ao, Angulo e curva, geometria e arabesco, pesc~o<br />

e bajo, simetria e assimetria, linha e superffcie, bordadura e<br />

motivo, ~ e campo, figura e fundo. Mas essas olX)si~es<br />

86 se percebem posteriormente; elas t~m urn carater esUitico;<br />

a dinAmica da arte, isto e, a maneira pela qual os motivos<br />

sao imaginados e executados, recorta essa dualidade fundamental<br />

em todos os pIanos: porque os temas primarios sao<br />

primeiro desarticulados, depois reeompostos em temas seeun-<br />

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