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o. LEVI-STRAUSS TBISTES TB6PICOS 57<br />
dida no sentido que Ihe dera seu fundador: os tres demonstram<br />
que compreender consiste em reduz!r u~ tipo d~ real~dade a<br />
Dutro; que a verdadeira realidade JaIDalS e m~nlfesta, e que<br />
a natureza da verdade ja transparece no cmdado com que<br />
ela procura esconder-se. Em todos os casos, 0 mesmo problema<br />
se apresenta, 'que e 0 das relac;;oes entre 0 s:nsivel e 0 raCi?ual,<br />
e 0 fim procurado e 0 meSillO: uma especle de 8uper-raC'to~lismo<br />
visando integrar 0 primeiro no segundo sem nada sacrlficar<br />
das suas propriedades.<br />
En me mostrava, pois, rebelde as novas tendencias da reflexao<br />
metaffsica tal como elas comec;;avam a esb~ar-se. A<br />
,r fenomenologia me chocava, oa medida em que postula uma<br />
¥JI continuidade entre 0 vivido e 0 real: Conco:da~do em recOohecer<br />
que ~ste ultimo envolve e expllca 0 pnmelro, en aprendera<br />
das Juinhas tres mestras que a passagem entre as dU~s<br />
ordens e descontinua; que, para atingir 0 real, e necessarIo<br />
primeiramente repudiar 0 vivido, prontos a reintegra-lo e~<br />
seguida Duma sfntese objetiva, despojada de qualque.r sentlmentalidade.<br />
Quanto ao movimento intelectual que la. desabrochar<br />
no existencialismo, ele me parece ser ° eontrano duma<br />
reflexao valida por causa da complaeeneia que ma~ifesta<br />
com rela~ao as ilusiles da subjetividade. Essa prom~ao das<br />
preocupa!:iles pessoais a dignidade de problemas fllos6flCOS<br />
arrisea-se demais a resultar numa espeeie de metafisiea para<br />
empregadinhas, desculpAvel como procedimento .di~Atico, ~as<br />
muito perigosa se permitir tergiversar com a miSsao eonfiada<br />
a filosofia, ate que a ciencia seja suficientemente for:e par~<br />
substitui-Ia, que e a de compreender 0 ser com re~a~ao a Sl<br />
mesmo e nao com rela¢o a mim. Em lugar de abohr a met~fisiea,<br />
a fenomenologia e 0 existeneialismo introduziam dOiS<br />
metodos para encontrar-lhes alibis.<br />
Entre 0 marxismo e a psicanalise que sao ciencias humanas<br />
de perspectiva social, para uma, individual para a outra,<br />
e a geologia, ch~ncia fisica - mas tambem mae e a~a da<br />
hist6ria. simultlineamente pelo seu metodo e por seu ob]eto <br />
a etnografia se estabelece espontlineamente no seu re.1D~: ~r:<br />
que essa humanidade, que enearamos sem outras hmita~?e:s<br />
senao as do espa~o, atribui urn novo sentido as. tra~sf~rma~es<br />
do gloM terrestre legadas pela hist6ria geoI6g.ca: mdissoluvel<br />
trabalho que prossegue no curSO dos milenios, na obra de<br />
sociedades anonimas como as for~as teluricas e 0 pensame.nto<br />
dos individuos que proporeionam outros tantos casos partlc.ulares<br />
a aten¢o do psic6logo. A etnografia me traz uma sat.s-<br />
I<br />
fa~o intelectual: como hist6ria que toea por suas duas extremidades<br />
a do mundo e a minha pr6pria, ela desvenda ao<br />
mesmo tempo sua razao comum. Propondo-me estndar 0 homem,<br />
ela me liberta da dtivida porque n