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'rt:npI<br />
32<br />
na imprensa 0 nome desse oficial sumem6ria,<br />
ao encontrar<br />
perior. d· ue<br />
... 1 rimeira vez compreen 1 0 q ,<br />
Tera sido.:ntao que pe a frcunstftnciaS igualmente desmoem.outras<br />
reg lOes . do mund~in~tivamente? Viagens, cofres m~ralIzantes<br />
me ensmaram de ssas DaD entregareis malS<br />
gicos cheios de sonhadoras Ipr~:~ Ci~iliza~ao proliferante e<br />
intactos os vossos tesouros. re 0 silencio dos mares. Os<br />
superexcitada pe;t~rba par:r:s:: dos seres esUio viciados por<br />
perfumes dos t: piCOS e 0 itos bafios, que mortifica os nossOS<br />
uma fermenta~ao.de sus~~ lembrau!;aS ja meio corrompidas.<br />
desejos enos obnga a co er . t ao<br />
I , .(' safogadas em elmen 0 S<br />
Hoje quando ilhas po lUeSlca d no<br />
, . t avioes pesadamente aueora os<br />
transformadas em por a- d a Asia inteira adquire 0<br />
d d mares do Sui quan 0 Af .<br />
fun 0 os . ' do as favelas corroem a nea,<br />
a:spec<br />
, to duma<br />
.<br />
zona<br />
_<br />
doenba,<br />
. 1<br />
quan<br />
ilitar conspurca a can<br />
d<br />
ura<br />
da<br />
quando a aVIa~ao comercla e ~ t s mesmo de destruir-Ihe<br />
floresta americana ou melaneslca an e - 0 da viagem repoderia<br />
a pretensa evasa<br />
a virgindade, com~ _ em confrontar-nos com as formas<br />
suItar em outra COlsa senao . t~ncia hist6rica'l Esta grande<br />
mais desgra~das de n~sa eXlS maravilhas ~ue nOS encanciviliza~ao<br />
ocidental, crIMora das m reverso Como a sua<br />
tam, nao conseguiu pr.oduz i - 1as sem u elabora~ arquiteturas<br />
obra mais famosa, pllha em quedse e a harmonia do Ociduma<br />
complexida~e ~gno!ad:, a o~a~~a prodigiosa de sub-prodent.e<br />
eXige~ a ehmma~.ao. uma am<br />
a terra. 0 que antes de<br />
dutos maleflcos que h.oJe .'nfect e nossa imundicie lan~ada<br />
mais nada nos mostraIs, vlagenS, a<br />
it face da humanidade.<br />
_ • 7 . loucura, 0 engano das narra-<br />
Compreendo entao a palxao, ~l _ do que nao mais existe<br />
tivas de viagem. EI~s .trazem a lu~sa~capemos a esmagadora<br />
e deveria ainda eXlsbr, para q h' t6ria se passaram. Nada<br />
evidencia de que 20.000 ~~;'" ~~o ~~ niio e aquela flor fragil<br />
mais existe a fazer: a CIVllza I. penosamente em alguns<br />
que se preservava, que se desen~o Vla es..-..6cies rusticas, ameab<br />
·gadOS dum terreno rlCO e}!'J ..<br />
m<br />
recantos a<br />
m<br />
rl<br />
duvida por sua VIV<br />
, acidade<br />
,<br />
mas que permlbam<br />
~adoras, se '. menteiras. A humanidade se<br />
tambem variar e revigorar as se<br />
roduzir a civilizainstala<br />
na monocultura; ela sebpre~:: ~i;ial s6 apresentara<br />
~ao em massa, como a beterra a.<br />
esse prato.<br />
.indias ou nas Americas<br />
Arriscava-se Qutrora a vida n~s<br />
nos parecem derris6rios:<br />
para conquistar certos bens que hOJe<br />
TBISTES TBOPICOS 33<br />
madeira de brasa (donde Brasil): tinta vermelha, ou pimenta,<br />
pela qual nos tempos de Henrique IV, se tinha tal loucura<br />
que a C6rte punha os sellS gdios em "bonbonnieres" para<br />
mastiga-Ios. :esses cheques visuais ou olfativos, ~sse alegre<br />
calor para os olhos, essa queimadura deliciosa na lingua,<br />
juntava urn novo registro ao teclado sensorial duma civiliza~ao<br />
que nao percebia a pr6pria insipidez. 'Diremos entao que, por<br />
uma dupla inversao, nossos modernos Marco Polo trazem dessas<br />
mesmas terras, desta vez em forma de fotografias, de<br />
livros e de hist6rias, as especiarias morais de que nossa sociedade<br />
experimenta uma necessidade mais aguda, sentindo-se<br />
sufocar pelo tMio?<br />
Outro paralelo me parece mais significativo. Pois os<br />
nossos modernos temperos sao, queira-se ou nao, falsificados.<br />
Nao, certamente, porque sua natureza seja puramente psico16<br />
gica; mas porque, por mais honesto que seja 0 narrador, ele nao<br />
pode, ele nao pode mais, trare-los sob uma forma aut~ntica. Para<br />
que consintamos em recebe-los, e preciso, por uma manipula~ao<br />
que entre os mais sinceros e apenas inconsciente, escolher e peneirar<br />
as recorda~es e substituir 0 vivido pelo convencional.<br />
Abro essas narrativas de exploradores: de certa tribo, que me<br />
descrevem como selvagem e conservando ate a epoca atual os<br />
costumes de nao se sabe que humanidade primitiva caricaturada<br />
em alguns breves capitulos, passei semanas da minha vida de<br />
estndante a anotar as obras que, ha quase cinqiienta anos, e<br />
por v~zes, mesmo, recentemente, homens de cH~ncia the consagraram<br />
ao estudo, antes que 0 contacto com os brancos e as<br />
epidemias subseqiientes a reduzissem a urn punhado de miseraveis<br />
desenraizados. 'E'::ste outro grupo, cuja eXist~ncia, diz-se,<br />
foi descoberta e 0 estudo realizado em 48 horas par urn viajante<br />
adoiescente, foi entrevisto (e niio e de se desprezar)<br />
durante um deslocamento fora do seu territ6rio, num acampamento<br />
provis6rio, ingenuamente tornado por uma aldeia permanente.<br />
E disfar~aram-se minuciosamente os metodos de<br />
acesso, que teriam revelado (). p5sto missionario hA 20 anos em<br />
rela~5es com os indigenas, a pequena linha de navega~ao a<br />
w<br />
vapor que penetra profundamente na regiao, mas cuja exis<br />
tellcia 0 &Iho experimentado infere imediatamente pelos mimlisculos<br />
pormenores fotogrllfieos, pois a focaliza