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160 ~ C. LEVI-STRAUSS<br />
! e que se classlflcam sob 0 nome de ae. Havlam sido provilvelmente<br />
recha~dos por invasores recentes de lingua tupi,<br />
que ja ocupavam todo 0 litoral, e contra os quais lutavam.<br />
Protegidos por sua retirada em regioes de acesso dificil, os<br />
G~ do sui do Brasil sobreviveram duraute alguns seculos aos<br />
tupis, logo liquidados pelos colonizadores. Nas florestas dos<br />
estados meridiouais: Parana e Santa Catarina, pequenos bandos<br />
selvagens se mantiveram ate ao seculo XX; alguns subsistiam,<br />
talvez, em 1935, t1\o ferozmente perseguidos durante os<br />
cern nItimos aDOS que se tornaram invisfveis; mas a maior<br />
parte tinha side reduzida e fixada pelo governo brasileiro,<br />
por volta de 1914, em diversos centros. A principio; esfor~aram-se<br />
por integra-los na vida moderna. ROlive, no lugarejo<br />
de Sao Jer3nimo, que me servia de base, uma serralharia,<br />
uma serraria, lima escola, uma farmacia. 0 p6sto recebia<br />
instrumentos regularmente: machados, faeas, pregos; distribuiam-se<br />
roupas e cobertas. Vinte anos depois, essas tentativas<br />
estavam abandonadas. Entregando os indios a sua pr6pria<br />
sorte, 0 Servi~o de Prot~o demonstrava a indiferen(;ll de<br />
que se tornara objeto por parte dos poderes pliblicos (read<br />
Quirin @:le, depois, uma certa autoridade); assim, via-se obrigada,<br />
sem querer, a experimentar Dutro metodo, que incitasse<br />
os indigenas a retomarem alguma inieiativa, e for~ou-os a<br />
reassumir a sua pr6pria dlr~ao.<br />
De sua experlencia efemera de civi1iza~ao, os indios 86<br />
guardaram as roupas brasileiras, 0 machado, a faca e a agulha<br />
de costura. Em tudo mals, foi 0 mal6gro. Tlnham-se-lhes<br />
construfdo casas, e eles dormiam ao relento. Procurou-se flxa-los<br />
nas vilas e contlnuaram n