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432 O. LEVI-STRAUSS<br />

1<br />

Grande religHio que Se fnnda menDS s6bre a evidencia de<br />

uma revela~ao do que s6bre a impotencia em estabelecer la~os<br />

com 0 exterior. Em face da benevolencia universal do budismo,<br />

do desejo cristao de diAlogo, a intolerancia mu~ulmana<br />

adota uma forma inconsciente entre os que dela se tornam<br />

culpados. Porque se nem sempre procuram, de maneira brutal,<br />

trazer OS demais a partilhar de sua verdade, sao contudo<br />

(e e 0 mais grave) incapazes de suportar a existencia de n8oomu~ulmanos<br />

como tais. Sen tinieo meio de se pOT ao abrigo<br />

da duvida e da humilha~ao consiste numa "anula~ao" dos demais,<br />

considerados como testemunhas de outra fe e de outra<br />

condnta. A fraternidade islll.mica e proposi~ao conversa de<br />

uma exclusiva contra os infieis que nao se pode declarar, ja<br />

que, reconhecer-se como tal, equivaleria a reconhece-Ios, a eles<br />

tambem, como existentes.<br />

XL<br />

VISITA AO<br />

XIONG<br />

Conh~o demais as razOes desse mal-estar experirnentado<br />

na vizinhan~a do Islam: Dele eneoDtro 0 uDiverso de que<br />

venho, 0 Islam e 0 Ocidente do Oriente. 1\fais preeisamente<br />

ainda, foi-me preciso encontrar 0 Islam para medir 0 perigo<br />

que hoje amea~a 0 ~n::;amento frances. Nao posso perdoar ao<br />

primeiro apresentar nossa imag.:w, obrigar-me a verifiear<br />

quanta a Fran~a se esta tornando mu~uImana. Entre os mu­<br />

~ulmanos como entre n6s, observo a mesma atitude livresca,<br />

o mesmo espirito ut6pico e essa convic~ao obstinada de que<br />

basta resolver os problemas no papel para automllticamente<br />

elimiml-los. Ao abrigo de urn racionalismo juridico e forma·<br />

lista, n6s nos construimos igualmente uma imagem do mundo<br />

e da sociedade em que tMas as dificuldades estao sob a jurisdi~ao<br />

de uma l6gica artificiosa, e nao percebemos que 0 universo<br />

ja nao se compile dos objetos de que falamos. Como 0<br />

Islam permaneceu cristalizado na contempla~ao de uma sociedade<br />

que foi real ha 7 seculos e para cujos problemas conceben<br />

entao solu~oes eficazes, ja nao mais conseguimos pensar fora<br />

dos quadros de uma epoca, desaparecida h:i urn secuIo e meio,<br />

que foi aquela em que soubemos afinar com a hist6ria; e<br />

ainda assim brevemente demais, porque Napoleao, esse Maome<br />

do Ocidente, malogrou onde 0 outro foi bern sucedido. Paralelamente<br />

ao mundo isHimico, a Fran~a da Revolu~ao sofren<br />

a destino reservado aos revolncionarios arrependidos, que e<br />

° de se tornarem os conservadores nost:1lgicos do estado de<br />

coisas com rela~ao ao qual se situaram uma vez no sentido<br />

do movimento.<br />

Perante as povos e as culturas colocados sob a nossa dependencia,<br />

somos prisioneiros da meSilla contradi~ao de que<br />

sofre 0 Islam em presen~a de sens protegidos e do resto do mundo.<br />

Nao concebemos que principios, que foram fecundos para ga~<br />

rantir nosso pr6prio desenvolvimento, nao sejam venerados<br />

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