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o soneto brasileiro

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indefinido do pensamento, senão no abstruso. Conquistaram merecida<br />

celebridade os seus <strong>soneto</strong>s "Jesus ao Colo de Madalena", "Capricho de<br />

Sardanapalo", "Moritura", "Eva", "In HerBook" e outros.<br />

[5.32] Dele disse Agripino Grieco ("Evolução da Poesia Brasileira") que<br />

"possuía qualquer coisa de um bardo celta comprimido em <strong>soneto</strong>s".<br />

[5.33] De entre os grandes sonetistas parnasianos nenhum certamente<br />

excedeu, na composição desse belo poema, a célebre trindade constituída<br />

por Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.<br />

[5.34] Raimundo Correia (1860-1911), que parece não haver encontrado<br />

ainda, da parte da crítica nacional, justo juízo a respeito da sua obra<br />

poética (9), ora reimpressa em dois volumes, é finíssimo cinzelador de<br />

jóias, sobretudo no que concerne à seleção das poesias contidas no livro<br />

publicado em Lisboa (1898). Sempre primou no apuro da forma, na beleza e<br />

sobriedade da linguagem, na precisão do ritmo e da cor; a isto podem<br />

juntar-se, como características da sua poesia, a excelência na escolha<br />

dos temas, certo ceticismo negligente e indefinido fundo de melancolia,<br />

aliás, assinalado por D. João da Câmara, que lhe prefaciou a citada<br />

edição de poesias.<br />

[5.35] Obtiveram sobrada notoriedade, no Brasil e em Portugal, os seus<br />

<strong>soneto</strong>s "As Pombas" e "Mal Secreto", apesar de não serem inferiores a<br />

estes os poemas "O Vinho de Hebe", "Fetichismo", "Renascimento", "Amina<br />

Chloridis", "Anoitecer", "Banzo", "Vana" e ainda outros.<br />

[5.36] Alberto de Oliveira (1859-1937), por sua vez, deve ser colocado<br />

entre os mestres do <strong>soneto</strong> <strong>brasileiro</strong>. Deixou-nos grande cópia de poemas<br />

desse gênero, distribuída cronologicamente nos cinco livros que<br />

constituem hoje a sua bibliografia poética. Tem-no acusado de frieza ou<br />

pouca efusão de alma na sua poesia, o que é exato até certo ponto,<br />

principalmente nas duas ou três primeiras coleções dos seus versos. Há<br />

ali, de fato, sensível vestígio, não da técnica parnasiana, no sentido<br />

francês do termo, mas da cinzeladura clássica da estrofe. O gosto<br />

público elegeu o seu <strong>soneto</strong> "A Vingança da Porta", mas a crítica<br />

literária terá sobejos motivos para enaltecer os intitulados "Saudade de<br />

Estátua", "Magia Selvagem", "Vaso Grego", "Enfim!", "Última Deusa",<br />

"Metempsicose", "Acordando", "Solidão", "Floresta Convulsa", "O Caminho<br />

do Morro" e outros.<br />

[5.37] Acaso mais espontâneo e mais ardente no seu lirismo do que os<br />

dois poetas citados, é Olavo Bilac (1865-1918), sonetista que faz figura<br />

brilhante junto aos melhores parnasianos franceses seus contemporâneos.<br />

Filiado preponderantemente ao credo daquela escola, nas "Panóplias" e n'<br />

"As Viagens", empolgou-o mais tarde a tendência própria da raça, e foi<br />

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