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o soneto brasileiro

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Os sonhos, um por um, céleres voam,<br />

Como voam as pombas dos pombais;<br />

No azul da adolescência as asas soltam,<br />

Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,<br />

E eles aos corações não voltam mais...<br />

OS VOTOS [Ângelo Bitu (pseudônimo, entre outros, de Bilac)]<br />

Vai-se a primeira votação passada...<br />

Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas<br />

De votos vão-se da Assembléia, apenas<br />

A sessão começou da bordoada!<br />

Sopra sobre Ele a rígida nortada...<br />

Que saudades das épocas serenas<br />

Em que Ele e os outros, aparando as penas,<br />

Tinham apurações de cambulhada!<br />

O seu bom-senso todos apregoam...<br />

Afastando-se d'Ele, os votos voam,<br />

Como voam as pombas dos pombais...<br />

As esperanças o seu vôo soltam...<br />

E Ele vê que aos pombais as pombas voltam,<br />

Mas esses votos não lhe voltam mais!<br />

AS POMBIGNA [Juó Bananére, P'ru aviadore chi pigó o tombo]<br />

Vai a primiéra pombigna dispertada,<br />

I maise otra vai disposa da primiéra;<br />

I otra maise, i maise otra, i assi dista maniera<br />

Vai s'imbora tutta pombarada.<br />

Pássano fóra o dí i a tardi intêra,<br />

Catáno as furmiguigna ingoppa a strada;<br />

Ma quano vê a notte indisgraziada,<br />

Vorta tuttos in bandos, in filêra.<br />

Assi tambê o Cícero avua,<br />

Sobi nu spaço, molto alê da lua,<br />

Fica piqueno uguali d'un sabiá.<br />

Ma tuttos dia avua, allegre, os pombo!...<br />

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