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o soneto brasileiro

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Foi aqui mesmo, - como tu me amavas!<br />

Foi aqui, sob os úmidos recamos<br />

Desta aragem, que uma rede alçamos<br />

Em que teu corpo, mole, repousavas.<br />

Horas passava junto a ti, bem perto<br />

De ti. Que gozo então! Mas, pouco a pouco,<br />

Todo esse amor calcaste sob os pés".<br />

"Mas, disse-lhe ela, quem és tu? De certo,<br />

Essa mulher de quem tu falas, louco,<br />

Não, não sou eu, porque não sei quem és..."<br />

NO BAILE [Francisca Júlia]<br />

Flores, damascos... é um sarau de gala.<br />

Tudo reluz, tudo esplandece e brilha;<br />

Riquíssimos bordados de escumilha<br />

Envolvem toda a suntuosa sala.<br />

Moços, moças levantam-se; a quadrilha<br />

Rompe; um suave perfume o ar trescala;<br />

E Flora, a um canto, envolta na mantilha,<br />

Espera que o marquês venha tirá-la...<br />

Finda a quadrilha. Rompe a valsa inglesa.<br />

E ela não quer dançar! ela, a marquesa<br />

Flora, a menina mais formosa e rica!<br />

E ele não vem! Enquanto finda a valsa,<br />

Ela, triste, a sonhar, calça e descalça<br />

As finíssimas luvas de pelica!<br />

SONETO DA PARTIDA [Renata Pallottini]<br />

Que golpe decisivo ou força nova<br />

arrasta assim um homem para a treva?<br />

Que estranho impulso a um mundo estranho o leva<br />

que enorme sonho o sonho seu renova?<br />

Não é o gélido ouro, nova lava,<br />

de excessivos vulcões deusa excessiva,<br />

não é o quente amor que prende e priva,<br />

nem coroa de ouro excelsa e flava.<br />

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