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o soneto brasileiro

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Sannazaro, Pedro Bembo, e copiado Petrarca. E se o cantor dos 'Lusíadas'<br />

se inspirou, de preferência, em Vergílio, não deixou este, por sua vez,<br />

de ir buscar nos poetas que o precederam, notadamente em Homero, e até<br />

nos seus coevos, o assunto, não só das 'Bucólicas' e das 'Geórgicas',<br />

mas também da 'Eneida', o grande e, talvez, o único poema épico dos<br />

latinos. Aliás, não foram somente as idéias que ele recebeu de<br />

empréstimo: expressões, versos inteiros, entre os mais harmoniosos e<br />

expressivos, tomados, particularmente, aos 'Annales' de Ênio, surgem, a<br />

cada passo, na epopéia vergiliana".<br />

[6.6.12] Entre nós, no Brasil, não são muito raros os casos de imitação,<br />

plagiato, pasticho, mimetismo literário ou melhor nome que tenha.<br />

[6.6.13] Já Basílio da Gama, poeta colonial, com sincero entusiasmo de<br />

Sílvio Romero ("História da Literatura Brasileira", tomo I), conseguiu<br />

reter, no seu sensibilíssimo subconsciente, o último verso do "Trionfo<br />

della morte", de Petrarca:<br />

Morte belle parla nel suo bel viso,<br />

que assim passou para o poema "Uraguai", do poeta <strong>brasileiro</strong>,<br />

convenientemente aplicado à formosa Lindóia:<br />

Tanto era bela no seu rosto a morte.<br />

[6.6.14] Luís Guimarães, o nosso notabilíssimo poeta, que aqui semeou as<br />

primeiras pevides do parnasianismo, houve por bem compor o <strong>soneto</strong> sem<br />

título com que iniciou a primeira parte dos seus "Sonetos e Rimas"<br />

(1880), assim como os <strong>soneto</strong>s intitulados "A Uma Cega" e "A Esmola", com<br />

pequenas achegas respigadas no livro "Postuma" (1877), de Lourenço<br />

Stecchetti, pseudônimo do poeta italiano Olindo Guerrini (1846-1916).<br />

[6.6.15] Confronte-se o último terceto do <strong>soneto</strong> sem título de Luís<br />

Guimarães com o último terceto do de Lourenço Stecchetti:<br />

O coração, que toda em si te encerra,<br />

Sentindo-te chegar, mulher querida,<br />

Palpitará de amor dentro da terra.<br />

Oh, non negarle un bacio, e liete l'ossa<br />

Come à tuoi soleano in vita,<br />

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