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o soneto brasileiro

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sucessão de quartetos iguais, mas não mais a estreita ligação que existe<br />

entre os dois quartetos, quando a rima do quarto verso é a mesma que a<br />

do quinto.<br />

[2.52] Quanto à atitude "móvel" da marcha para o desfecho, este se<br />

realizará tanto melhor nos tercetos, uma vez que não oferecerão a mesma<br />

disposição de rimas e se encadearão sem se assemelhar, sem se repetir, e<br />

darão assim ao último verso do derradeiro terceto a vantagem de ser<br />

menos esperado do que se ocupasse, na combinação das rimas, o mesmo<br />

lugar do terceiro verso do primeiro terceto.<br />

[2.53] Em síntese, a beleza formal do <strong>soneto</strong> está nesse equilíbrio<br />

compensador entre o estado de expectativa, determinado pelo paralelismo<br />

das rimas dos dois quartetos, e a atitude de marcha para o desfecho,<br />

acelerado pela diversidade da disposição de rimas dos dois tercetos. Se<br />

me parece preferível às outras a primeira fórmula que dei, é que, como<br />

afirmei antes de ter provado, somente ela realiza "completamente" aquele<br />

duplo ideal.<br />

[2.54] Verifica-se isto no <strong>soneto</strong> "Sur l'Othrys", de José Maria de<br />

Heredia, que tomo, quase ao acaso, dentre as obras primas d' "Os<br />

Troféus", no qual se verá a espécie de semelhança, a que me referi,<br />

entre o desenvolvimento de um <strong>soneto</strong> e o de uma peça teatral:<br />

SUR L'OTHRYS [Herédia]<br />

L'air fraîchit. Le soleil plonge au ciel radieux.<br />

Le bétail ne craint plus le taon ni le bupreste.<br />

Aux pentes de L'Othrys l'ombre est plus longue. Reste,<br />

Reste avec moi, cher hôte envoyé par les Dieux.<br />

Tandis que tu boiras un lait fumant, tes yeux<br />

Contempleront du seuil de ma cabane agreste,<br />

Des cimes de l'Olympe aux neiges du Tymphreste,<br />

La riche Thessalie et les monts glorieux.<br />

Vois la mer et l'Eubée et, rouge au crépuscule,<br />

Le Callidrome sombre et l'OEta, dont Hercule<br />

Fit son bûcher suprême et son premier autel;<br />

Et là-bas, à travers la lumineuse gaze,<br />

Le Parnasse où, le soir, las d'un vol immortel,<br />

Se pose, et d'où s'envole, à l'aurore, Pégase!<br />

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