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o soneto brasileiro

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Inveis chi o Muque, desdi aquílio tombo,<br />

Nunga maise quis sabê di avuá.<br />

A REVOADA [Lisindo Coppoli]<br />

O primeiro ministro lá vai indo;<br />

Outro o segue, outro mais, enfim o bando<br />

Inteiro solta as asas azulando,<br />

Antes que a demissão os vá impelindo.<br />

Também as pombas do <strong>soneto</strong> lindo,<br />

Na rósea madrugada, vão deixando<br />

O ninho amigo, ao qual irão voltando,<br />

Ansiosas, quando a tarde for caindo.<br />

Mas aqui não há pombas nem pombais:<br />

Há ministros que partem em surdina,<br />

Certos de não voltarem nunca mais.<br />

Deixam o ministério sem alarde;<br />

E o povo que lhes deve a triste sina,<br />

Olhando o vôo, suspira: -- Já vão tarde!<br />

AS MINHAS NOTAS [Zé Fidélis]<br />

Bai-se a primãira pomba dispertada,<br />

I, após iéla, oitra, mais oitra i oitra mais!<br />

Aimfim, uma purçãon bai indo aim buarada,<br />

Nunca bi uma squadrilha aim prupurções tais!<br />

Lá bão iélas! Pra longe, pra bãim longe até!<br />

Talbêz quêir na farra, num pumbal distante,<br />

Vrincare, guzare a bida qui bãim curta ié!<br />

I pra bultare nãon prucisam di sistãite...<br />

Tambãim, como as tais pombas du Reimundo,<br />

Sai u dinhãiro buando du meu volso fundo.<br />

Cada notinha linda, cada p'lega nóba!<br />

Mas as pombas boltam logo qu'anoitece,<br />

Que ficare nu sireno não lhis ap'tece<br />

E as minhas notas, essas... boltam uma óba!...<br />

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