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o soneto brasileiro

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Danilevsky, J. Ortega y Gasset, Toynbee, H. de Man, J. G. de Beus e<br />

outros, senão, sem o mesmo propósito, por Max Nordau e Pompeyo Gener, no<br />

século XIX.<br />

[7.7] A falsa poesia dominante na hora fluente, sobre não revelar<br />

qualquer intenção de ser obra de arte, não será mais do que a refração<br />

da inquietude e incerteza do momento histórico. Afigura-se-nos toda ela<br />

a tonteira ou o agonizar da própria Poesia, que, assim, afasta a<br />

possibilidade de ser emitido juízo ponderado a respeito do futuro desse<br />

gênero literário. Demais, a atmosfera que envolve o mundo de hoje, ainda<br />

atordoado do fragor de duas grandes guerras, as instantes solicitações<br />

da vida atual, a revisão, a que se vem procedendo, dos antigos valores<br />

humanos, o ânimo libertário característico do século, e, finalmente, o<br />

aparecimento de novas técnicas aptas a provocar emoções coletivas<br />

(cinema, televisão, rádio, jogos de vária natureza e publicações<br />

ilustradas, com o sugestivo conteúdo de insinuações à sexualidade), tudo<br />

isto, em conjunto harmônico, desorienta os espíritos e os desencaminha<br />

da rota tradicional da Poesia propriamente dita.<br />

[7.8] Contudo, ao menos a título de esperança, encerremos este ensaio<br />

com a aplicação ao <strong>soneto</strong> da seguinte estrofe de Gautier:<br />

Les dieux eux-mêmes meurent,<br />

Mais les vers souverains<br />

Demeurent,<br />

Plus forts que les airains.<br />

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