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o soneto brasileiro

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Que companhia aqui nunca sonhada!<br />

O médico a quem devo a própria vida<br />

O sócio da infância, dirigida<br />

Por quem, qual Deus, me fez sair do nada;<br />

Amigos fiéis, que têm simbolizada<br />

Lealdade nas esposas tão queridas;<br />

Quem deixa sua carreira esclarecida<br />

Para seguir do Pai honesto a pegada.<br />

Da família tão cara o que direi?<br />

Na boa Filha só encontrei prudência,<br />

No bravo Genro leal saber achei;<br />

Aos Netos p'ra servir dei competência,<br />

À Nação, qu'eu amei e amarei,<br />

E aos Netinhos duas Mães de consciência.<br />

{6.3} A carta abaixo, textualmente transcrita, do Príncipe D. Pedro de<br />

Orléans e Bragança, neto, já falecido, do sempre lembrado e venerável<br />

monarca.<br />

Em junho de 1938, quando começáramos a coligir o material destinado à<br />

organização da antologia do <strong>soneto</strong> <strong>brasileiro</strong> que se encontra, em parte<br />

e à guisa de apêndice, no fim deste ensaio, tivemos que solicitar, em<br />

carta, o depoimento pessoal do referido Príncipe D. Pedro a respeito da<br />

"autenticidade da autoria" dos célebres <strong>soneto</strong>s atribuídos a D. Pedro de<br />

Alcântara.<br />

Em resposta ao nosso justo apelo, em que aludíramos à controvérsia<br />

suscitada em torno da autoria dos mesmos <strong>soneto</strong>s, recebemos daquele<br />

Príncipe a carta infra, de cujo contexto, propositadamente esquivo ao<br />

objeto da consulta que lhe fizéramos, poderá o leitor tirar a ilação que<br />

a evasiva comporta:<br />

Palácio Grão Pará<br />

Petrópolis, 4 de julho de 1938.<br />

Prezado Senhor Cruz Filho,<br />

Só hoje me é possível responder a sua boa carta de 1º de junho, que<br />

muito lhe agradeço. O seu pedido interessou-me, e procurei os meios de<br />

satisfazel-o, mas não sabendo de cor os <strong>soneto</strong>s de meu Avô o Imperador<br />

D. Pedro II e também não tendo aqui os meus livros, nem sendo possível<br />

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