13.12.2012 Views

o soneto brasileiro

o soneto brasileiro

o soneto brasileiro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

las hay, las hay"... Portanto, não poderia deixar de registrar neste<br />

ponto alguns exemplos tirados do famoso livro "Parnaso de Além-Túmulo"<br />

(1932), creditado à mediunidade de Chico Xavier. É claro que não posso<br />

concordar que um Bocage, o maior autor de <strong>soneto</strong>s sacanas em língua<br />

portuguesa, tenha-se arrependido e, no célebre <strong>soneto</strong> ditado na agonia<br />

final, feche com a chave "Rasga meus versos, crê na eternidade!": ora,<br />

para crer na eternidade não é preciso rasgar nada, nem deixar de fazer<br />

versos! Pelo contrário: é mais confortador criar sabendo que a obra pode<br />

perdurar indefinidamente. Acho, pois, muito estranho que não se<br />

publiquem <strong>soneto</strong>s sacanas psicografados (sequer no caso de Emílio de<br />

Meneses), o que me cheira a censura doutrinária. Pessoalmente, depois de<br />

morto pretendo continuar a compor meus versos desbocados, e quero<br />

transmiti-los para o lado de cá sem necessidade dum "nihil obstat". Mas<br />

isso tem tempo, já que não espero morrer tão cedo. Deixo, por enquanto,<br />

minha resposta em <strong>soneto</strong> aos "arrependidos" e minha homenagem aos<br />

imortais falecidos, junto com meu respeito aos crentes divergentes e a<br />

devida gratidão aos psicógrafos, sem os quais, etc. Benditos sejam!<br />

NO EXÍLIO [D. Pedro II, psicografado por Chico Xavier]<br />

Pode o céu do desterro ser tão belo,<br />

Quanto o céu do país em que nascemos;<br />

Nada faz com que o nosso desprezemos,<br />

Acalentando o sonho de revê-lo.<br />

Todo o nosso ideal pomos no anelo<br />

De regressar, e voando sobre extremos,<br />

Com o pensamento ansioso percorremos<br />

Nosso amado rincão, lindo ou singelo.<br />

Jaz no desterro a plaga da amargura,<br />

De acerba pena ao pobre penitente,<br />

De amaro pranto da alma torturada;<br />

A alegria no exílio é desventura,<br />

É a saudade na ânsia mais pungente<br />

De retornar à pátria idolatrada.<br />

BANDEIRA DO BRASIL [D. Pedro II, psicografado por Chico Xavier]<br />

Bandeira do Brasil, símbolo da bonança,<br />

Enquanto a guerra estruge indômita e sombria,<br />

Sê nos planos de luta o sinal de harmonia,<br />

Espalhando no mundo as bênçãos da Esperança.<br />

289

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!