13.12.2012 Views

o soneto brasileiro

o soneto brasileiro

o soneto brasileiro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

pus em <strong>soneto</strong>; e desde aquele instante,<br />

só sei rimar-te com quatorze versos.<br />

O NASCIMENTO DO SONETO [Eno Teodoro Wanke]<br />

Há pouco tive um pensamento estranho:<br />

"Que tal se hoje eu fizesse algum <strong>soneto</strong>?"<br />

Estou até de veia... Eis que o tamanho<br />

da inspiração já deu para um quarteto!<br />

Bobagem continuar, porém. Que ganho?<br />

Caiu-me o lápis. Já apontei. É preto.<br />

E como faz calor! -- Me espera um banho<br />

gelado assim termine este <strong>soneto</strong>.<br />

Estou também com sono. Que preguiça!<br />

Mas, amanhã é domingo. Irei à missa?!<br />

Não sei. Depois, decidirei se vou.<br />

Ai, ai... Vou terminar logo em seguida<br />

com isto. Estou com sede. Puxa vida!<br />

-- E o parto do <strong>soneto</strong> terminou!<br />

SONETO VAZIO [Eno Teodoro Wanke]<br />

Se este é o primeiro verso de um <strong>soneto</strong>,<br />

eis o segundo do <strong>soneto</strong> acima.<br />

Terceiro verso: Santo Deus, que meto<br />

agora aqui no quarto? Desanima!<br />

E, lido o quinto verso, lhes prometo<br />

um sexto! E atenção, que já termina!<br />

No sétimo, reparo que o quarteto<br />

acaba neste oitavo. E tome a rima!<br />

E aqui, meu nono verso, meus senhores,<br />

no décimo, sugiro-lhes paciência,<br />

do undécimo habilmente me descarto!<br />

Duodécimo: E que tal falar de amores?<br />

Mas... Décimo-terceiro! A penitência<br />

tem chave de ouro, enfim: décimo-quarto!<br />

215

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!