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o soneto brasileiro

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Quando o entreabres, a sorrir, na Igreja,<br />

O templo inteiro fica embalsamado...<br />

Até minh'alma carinhosa o beija,<br />

Como a toalha de um altar sagrado.<br />

E enquanto o aroma inebriante voa,<br />

Unido aos hinos que, no coro, entoa<br />

A voz de um órgão soluçando dores,<br />

Só me parece que o choroso canto<br />

Sobe da gaze de teu leque santo,<br />

Cheio de luz e de perfume e flores!<br />

[8.57.1] Compare-se a voz poética de Auta com a voz espiritual a ela<br />

atribuída:<br />

HORA EXTREMA [Auta de Sousa, psicografada por Chico Xavier]<br />

Quando exalei meus últimos alentos<br />

Nesse mundo de mágoas e de dores,<br />

Senti meu ser fugindo aos amargores<br />

Dos meus dias tristonhos, nevoentos.<br />

A tortura dos últimos momentos<br />

Era o fim dos meus sonhos promissores,<br />

Do meu viver sem luz, sem paz, sem flores,<br />

Que se extinguia em atros sofrimentos.<br />

Senti, porém, minhalma sofredora<br />

Mergulhada nas brisas de uma aurora,<br />

Sem as sombras da dor e da agonia...<br />

Então parti, serena e jubilosa,<br />

Em demanda da estrada esplendorosa<br />

Que nos conduz às plagas da harmonia!<br />

ADEUS [Auta de Sousa, psicografada por Chico Xavier]<br />

O sino plange em terna suavidade,<br />

No ambiente balsâmico da igreja;<br />

Entre as naves, no altar, em tudo adeja<br />

O perfume dos goivos da saudade.<br />

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