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o soneto brasileiro

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César da Silva, Humberto de Campos, Costa e Silva, Afonso Lopes de<br />

Almeida, Ronald de Carvalho, Alceu Wamosy, Horácio Cartier, Correia de<br />

Araújo, Raul de Leoni, Rodolfo Machado, para só indicarmos os que já<br />

tiveram a chamada consagração da morte.<br />

[5.40] Não será fora de propósito rematarmos este comentário com a<br />

observação de que poetas rigorosamente parnasianos, à feição francesa,<br />

tivemos talvez somente dois: Francisca Júlia da Silva (1874-1920) e<br />

Alfredo de Miranda Castro (Alf. Castro), pernambucano, excelente<br />

tradutor de Heredia, domiciliado no Ceará (1872-1926).<br />

[5.41] Paralelamente à decadência do Realismo francês e, pois, ao<br />

desprestígio do parnasianismo, feição daquele na poesia sua<br />

contemporânea, se iniciou, no meio literário de Paris, persistente<br />

insurreição contra a teoria da "arte pela arte", esforço que dentro de<br />

pouco tempo chegou ao extremo de subverter os cânones até então<br />

consagrados. "Começou a tornar-se sensível, nas imediações de 1885 -<br />

escreve Gustavo Lanson - a reação contra as formas duras, fixas,<br />

metálicas ou marmóreas da poesia parnasiana e contra as fotografias<br />

pretendidas impassíveis das cenas naturais... Moços que se agrupavam em<br />

escolas ou conventículos, à roda de algumas revistas de combate,<br />

declararam guerra à tradição da poesia francesa e anunciaram a alvorada<br />

da nova poesia. Conheceu o público esse movimento pelos títulos vistosos<br />

de poesia 'decadista' ou 'simbolista' e ouviu falar de versos 'livres'<br />

ou 'polimórficos', enquanto eram guindados às nuvens, com o de<br />

Baudelaire, então já falecido, os nomes de dois vivos, Mallarmé e<br />

Verlaine, cujas poesias enigmáticas de um, e vida escandalosa de outro,<br />

o aturdiam". (10).<br />

[5.42] A nova teoria, com a sua preocupação de obscuridade do<br />

pensamento, fazia os poetas da nova geração francesa retroceder, não ao<br />

Romantismo, como julgou perceber Sílvio Romero, mas a uma poesia mais<br />

subjetiva e menos artificial, de que, na própria história literária da<br />

França havia uma tentativa no processo poético de Maurício de Scève,<br />

poeta do século XVI. Esse processo consistia na expressão dos<br />

sentimentos por meio de simbolos, a que juntaram os novos poetas, não só<br />

a norma da abolição parcial das regras métricas, mas também novo<br />

processo na pintura dos aspectos das coisas, mediante o esmaecido dos<br />

tons e a preocupação da pretendida música das palavras. Referindo-se a<br />

essa poesia, declara Afrânio Peixoto, aliás um dos antigos corifeus do<br />

nosso simbolismo ("Rosa Mística", 1900), que Mallarmé, na pesquisa dessa<br />

sugestão, chegou ao hermetismo das charadas e enigmas que é a poesia<br />

mallarméiana e, atualmente, a de seu sobrinho Paulo Valéry, de quem todo<br />

o mundo fala, e a quem poucos lêem, e menos ainda compreendem (11).<br />

[5.43] Não tratou melhor Fialho d'Almeida aos simbolistas portugueses,<br />

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