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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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china-brasil: uma relação multifacetada e dinâmica<br />

e negócios, culturalmente, tec<strong>no</strong>lógica, etc.), mas seguindo padrões<br />

bastante distintos entres si. Em consequência disso deverá predominar<br />

um padrão de relacionamento multifacetado e heterogêneo, com áreas de<br />

cooperação, áreas de conflito, áreas de distanciamento. Apenas em poucos<br />

casos uma coordenação de longo prazo parece ser possível. Mesmo neste<br />

caso, trata-se de alianças pragmáticas e restritas.<br />

Este diagnóstico acima reforça a tese de Khana (2009), de que o <strong>Brasil</strong><br />

faria parte do <strong>no</strong>vo “Segundo Mundo”, tecendo alianças circunscritas<br />

a temas específicos com o <strong>no</strong>vo G-3 – composto de EUA, UE e <strong>China</strong>,<br />

o <strong>no</strong>vo “Primeiro Mundo” – e procurando inclusive se favorecer <strong>das</strong><br />

diferenças de posições entre as <strong>no</strong>vas potências mundiais.<br />

Dada a dimensão política e econômica da <strong>China</strong> o mais provável<br />

é que o <strong>Brasil</strong> defina com esse país um padrão bastante heterogêneo<br />

de relacionamento, variando a intensidade, o sentido e a importância,<br />

conforme o tema e a conjunção de forças internas de cada país e entre eles.<br />

Esse padrão heterogêneo afasta a possibilidade de um grande<br />

enquadramento ou alinhamento entre os dois países, seja <strong>no</strong> sentido de<br />

uma grande convergência entre a posição desses dois países, seja <strong>no</strong><br />

sentido oposto de predomínio de conflitos insuperáveis.<br />

Segundo Veiga 4 , o peso dos fatores domésticos é muito grande <strong>no</strong>s<br />

países BRICS, o que limita o espaço para ações internacionais mais<br />

ousados e de longo prazo. Temas como combate a pobreza, fomento<br />

industrial e tec<strong>no</strong>lógico, combate às desigualdades regionais, entre outros<br />

grandes temas, ou mesmo desemprego juvenil, questões previdenciárias,<br />

etc., tende a capturar toda a energia e recursos dos países do BRIC.<br />

Também figuram na agenda doméstica, temas como apoio aos grupos<br />

domésticos para proteção ou apoio à internacionalização, etc. Isso tende a<br />

ocorrer não apenas para agenda bilateral, mas vale para temas regionais,<br />

multilaterais, e mesmo entre os Sul-Sul (IBSA, BRICS, etc.).<br />

Por outro lado, como enfatiza Soares de Lima (2010) iniciativas como<br />

o Fórum BRICS – mais um arranjo cooperativo do que uma coalizão –<br />

têm mostrado alguns avanços na definição de posições comuns sobre a<br />

agenda financeira global. Ainda que as decisões principais sejam toma<strong>das</strong><br />

4 Pedro Motta Veiga, comentários apresentados <strong>no</strong> seminário “<strong>Relações</strong> Sul-Sul: Coalizões<br />

Políticas e Cooperação para o Desenvolvimento”. Realizado dias 13 e 14 de junho de 2011.<br />

PUC-RJ e UERJ: Rio de Janeiro.<br />

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