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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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francisco mauro brasil de holanda<br />

efeitos sistêmicos desse processo, que alçou os alimentos e a energia à<br />

condição de peças-chaves do tabuleiro de poder mundial <strong>no</strong> Século XXI.<br />

Apesar <strong>das</strong> dotações distintas de recursos naturais, <strong>Brasil</strong> e <strong>China</strong><br />

serão atores protagônicos nessa <strong>no</strong>va realidade. Estima-se que, sem<br />

tocar na Amazônia, o <strong>Brasil</strong> disponha de uma fronteira agrícola de cerca<br />

de 133 milhões de hectares, equivalente a quatro vezes a superfície<br />

da Alemanha. Em contrapartida, a área agriculturável chinesa já está<br />

praticamente ocupada e o país padece da insuficiência de recursos<br />

hídricos. À medida que aumente o fluxo de migração campo-cidade,<br />

com as mudanças de padrões alimentares decorrentes, crescerá o déficit<br />

chinês de alimentos.<br />

A matriz energética brasileira conta hoje com cerca de 46% de recursos<br />

re<strong>no</strong>váveis, sendo as fontes hidráulicas isoladamente responsáveis por<br />

cerca de 80% da geração elétrica. Por sua vez, o XII Pla<strong>no</strong> Quinquenal<br />

chinês estabelece a meta de 11% de recursos re<strong>no</strong>váveis na matriz<br />

energética em 2012, ainda fortemente dependente de recursos fósseis.<br />

O imperativo do crescimento sustentável torna inevitável o<br />

desenvolvimento de um <strong>no</strong>vo modo de produção mundial, marcado pela<br />

incorporação de alta tec<strong>no</strong>logia à utilização de recursos naturais. Neste<br />

ponto, há uma convergência entre a liderança brasileira na utilização de<br />

recursos re<strong>no</strong>váveis em sua matriz energética e a ênfase do XII Pla<strong>no</strong><br />

Quinquenal ao desenvolvimento de energias verdes. Este provavelmente<br />

será o principal desafio, e oportunidade, para as relações si<strong>no</strong>-brasileiras<br />

<strong>no</strong>s próximos a<strong>no</strong>s.<br />

A transição para a eco<strong>no</strong>mia verde está vinculada à criação de redes<br />

de infraestrutura, que conciliem a sustentabilidade ambiental e social à<br />

eficiência econômica. Neste ponto, as oportunidades de atuação conjunta<br />

transcendem a esfera bilateral e projetam-se para os respectivos entor<strong>no</strong>s<br />

regionais. O Comunicado da Visita de Estado da Presidente brasileira à<br />

<strong>China</strong> recomenda a união de esforços em projetos de integração física<br />

na América do Sul, região que constitui uma <strong>das</strong> principais fronteiras<br />

mundiais de alimentos e energia, além de ressaltar a importância do<br />

desenvolvimento conjunto de fontes de energia re<strong>no</strong>váveis. A propósito,<br />

cabe reconhecer que a parceria sobre eta<strong>no</strong>l está muito aquém de sua<br />

potencialidade, uma vez que ainda não explorou oportunidades em áreas<br />

como a utilização do insumo como combustível para aviação, nem o<br />

campo muito promissor <strong>das</strong> bio-refinarias.<br />

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