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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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china-brasil: uma relação multifacetada e dinâmica<br />

Este cenário macroeconômico está associado a uma postura mais<br />

pragmática <strong>no</strong> que se refere à política externa. Procurou distensionar<br />

conflitos com a maioria dos países vizinhos e estabelecer relações<br />

econômicas de longo prazo com países da periferia capitalista.<br />

Paralelamente, vem tentando se colocar como alternativa às tradicionais<br />

potências ocidentais, utilizando-se do discurso de defesa de um mundo<br />

mais multipolar, sem deixar de ter relações privilegia<strong>das</strong> com os Estados<br />

Unidos.<br />

O padrão de comércio entre <strong>Brasil</strong> e <strong>China</strong> é muito diferente daquele<br />

estabelecido entre a maioria dos outros países da América Latina com<br />

a <strong>China</strong>. Essa diferença decorre da peculiaridade da estrutura industrial<br />

brasileira e de seu padrão mais complexo de integração na eco<strong>no</strong>mia<br />

mundial.<br />

Enquanto nas eco<strong>no</strong>mias que passaram por processos de<br />

desindustrialização, ou que não avançaram nas fases mais complexas<br />

do processo de substituição de importações, como o Chile e o Peru,<br />

a adaptação a um contexto global marcado pela emergência chinesa<br />

tende a se dar sem interrupções graves na produção doméstica; <strong>no</strong>s<br />

casos de Argentina, <strong>Brasil</strong> e México, a ascensão da <strong>China</strong> tende a trazer<br />

ajustamentos estruturais mais traumáticos.<br />

Vale à pena, portanto, considerar a tese formulada por Castro (2008):<br />

quanto me<strong>no</strong>s desenvolvida e diversificada for uma eco<strong>no</strong>mia às vésperas<br />

de ingressar <strong>no</strong> mercado global crescentemente afetado pela expansão<br />

chinesa, mais rápido ela tende a crescer desde que possa atender o<br />

perfil e a magnitude da demanda chinesa, e que esta se mantenha em<br />

crescimento contínuo, permitindo ao me<strong>no</strong>s a manutenção do elevado<br />

preço <strong>das</strong> commodities.<br />

As especificidades do caso brasileiro derivam da estrutura mais<br />

diversificada de exportações – incluindo uma vasta gama de produtos<br />

necessários por parte da <strong>China</strong> – a maior escala e nível de integração entre<br />

suas cadeias produtivas, especialmente na indústria de transformação, e<br />

o fato de que as exportações brasileiras especialmente para outros países<br />

lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>s, em parte coincidem com as importações desses países<br />

que são provenientes da <strong>China</strong>. A este respeito, Jenkins, Dussel Peters e<br />

Moreira (2008) apontam como o <strong>Brasil</strong> vem sendo deslocado <strong>no</strong> mercado<br />

mundial pelo país asiático em setores como aço, calçados e eletrônicos.<br />

Já <strong>no</strong> mercado inter<strong>no</strong> brasileiro, a pressão competitiva chinesa tem se<br />

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