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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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o diáloGo estratéGico si<strong>no</strong>-brasileiro<br />

se fez Pascal, um dia, ao a<strong>no</strong>tar em seus “Pensamentos”: – “Qual o mais<br />

dig<strong>no</strong> de crédito: Moisés ou a <strong>China</strong>?”.<br />

Do outro lado do mundo, o maior país em desenvolvimento do<br />

hemisfério ocidental, engajado num processo civilizacional – ao mesmo<br />

tempo político, econômico, científico-técnico, social e cultural, que<br />

visa integrar a América do Sul e assim transformá-la num polo de<br />

poder mundial – é por vezes singularizado por ser um país mestiço e de<br />

expressão portuguesa, o que desperta interrogações e questionamentos<br />

por parte dos descendentes dos contestadores de Tordesilhas sobre sua<br />

identidade como membro da civilização Ocidental. Em grande parte<br />

isto decorre do fato antropológico e cultural de que o <strong>Brasil</strong>, como<br />

fruto da epopeia lusa de descobrimento <strong>das</strong> rotas oceânicas mundiais,<br />

amalgamou três raças oriun<strong>das</strong> de três continentes para constituir <strong>no</strong><br />

Novo Mundo sua primeira forma de ser e estar integrado na corrente<br />

histórica universal.<br />

No processo de mundialização que se acelera nesse início de século e<br />

de milênio, melhor compreendido, de extensão da civilização industrial e<br />

urbana gerada pelas revoluções do século XVII e XVIII a todos os rincões<br />

do planeta, passamos a viver o momento em que a <strong>China</strong>, o “País do<br />

Meio”, está a reunir e a reintegrar o Extremo Oriente – enquanto o <strong>Brasil</strong>,<br />

o “Colosso do Sul”, se posiciona como o estado âncora do processo de<br />

criação (ou recriação) do Extremo Ocidente.<br />

Por isso deve-se pensar que a parceria estratégica si<strong>no</strong>-brasileira<br />

deve atuar <strong>no</strong> campo cultural e civilizacional buscando meios e modos<br />

de aproximar e aumentar o conhecimento recíproco dos dois grandes<br />

atores da cena internacional. Neste sentido podemos saudar os recentes<br />

encontros de cúpula presidencial <strong>Brasil</strong>-<strong>China</strong> que tem promovido <strong>no</strong>vos<br />

instrumentos de ação diplomática para uso de brasileiros e chineses<br />

estabelecidos na academia, na mídia, <strong>no</strong> meio do entretenimento e do<br />

lazer, e do comércio cultural.<br />

Assim parece ter sido inspirado o documento assinado pelos<br />

presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Hu Jintao em 15 de abril de 2010<br />

e que propunha um Programa Executivo de Cooperação Cultural entre o<br />

Gover<strong>no</strong> da Republica Federativa do <strong>Brasil</strong> e o Gover<strong>no</strong> da República<br />

Popular da <strong>China</strong> para os a<strong>no</strong>s de 2010 e 2012. Nele se visualiza a<br />

cooperação <strong>no</strong> campo cultural como instrumento de aproximação e<br />

adensamento <strong>das</strong> relações bilaterais e também como uma contribuição<br />

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