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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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elações brasil-china: elementos de aproximação e diferenciação<br />

concorrência dos insumos exportados pela <strong>China</strong> está reduzindo o<br />

custo final da produção industrial brasileira <strong>no</strong> setor de bens de capital.<br />

Outro fator de diferenciação reside <strong>no</strong>s processos decisórios dos<br />

dois gover<strong>no</strong>s. Os entraves burocrático-legais enfrentados pelo <strong>Brasil</strong><br />

para avançar <strong>no</strong>s trabalhos de infraestrutura necessários à realização da<br />

Copa do Mundo de Futebol de 2014 e <strong>das</strong> Olimpía<strong>das</strong> do Rio de Janeiro<br />

de 2016, sem falar <strong>no</strong> vai-e-vem dos trâmites envolvidos na execução<br />

de obras essenciais à segurança energética nacional, como a hidrelétrica<br />

de Belo Monte, parecem indicar que <strong>no</strong>sso tempo de resposta possa não<br />

estar ajustado ao ritmo <strong>das</strong> mudanças requeri<strong>das</strong> pelas oportunidades<br />

que temos diante de nós. Cabe ao <strong>Brasil</strong>, a meu ver, acrescentar maior<br />

celeridade à transparência e legitimidade em seus processos decisórios,<br />

sempre preservando os valores democráticos do País.<br />

O <strong>Brasil</strong> revela, <strong>no</strong> entanto, vantagens comparativas em dois<br />

aspectos: alcançamos elevado grau de coesão social em todo o país e<br />

negociamos todos os litígios fronteiriços com os países vizinhos por<br />

meios pacíficos. Esse quadro contrasta com as dificuldades que a <strong>China</strong><br />

ainda enfrenta em regiões como o Tibet e Xinjiang, <strong>no</strong>s quais ressaltam<br />

as questões separatistas e de mi<strong>no</strong>rias; <strong>das</strong> diferenças <strong>no</strong> Mar do Sul da<br />

<strong>China</strong>, e com o Japão <strong>no</strong> Mar do Leste; e <strong>das</strong> suscetibilidades que ainda<br />

persistem nas relações com a Índia, devido aos conflitos dos a<strong>no</strong>s 60.<br />

A experiência dos dois países em mecanismos de integração regionais<br />

mostra também algumas clivagens. Devido à natureza de sua inserção<br />

geopolítica, pouco afetada pelas cisões da Guerra Fria e por disputas<br />

hegemônicas, a América do Sul apresenta realizações importantes em sua<br />

capacidade de apresentar soluções próprias para seus conflitos regionais.<br />

A UNASUL tem um saldo muito positivo <strong>no</strong>s testes da realidade a que se<br />

submeteu, tais como <strong>no</strong> encaminhamento <strong>das</strong> fraturas internas bolivianas<br />

e <strong>das</strong> diferenças remanescentes entre Colômbia e Venezuela.<br />

Por outro lado, a <strong>China</strong> exibe maior grau de realizações <strong>no</strong> tocante<br />

à integração de cadeias produtivas asiáticas. O <strong>no</strong>tável crescimento de<br />

sua eco<strong>no</strong>mia serviu como polo de atração para as eco<strong>no</strong>mias vizinhas,<br />

inclusive em relação à Índia e ao Japão, o que se revelou um importante<br />

instrumento agregador em toda a região. É emblemática também a<br />

política chinesa de assinatura de acordos de livre comércio com países<br />

da região, em especial o celebrado com os países da ASEAN, o que se<br />

torna importante catalisador para o processo de integração <strong>das</strong> cadeias<br />

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