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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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o xii pla<strong>no</strong> quinquenal da china: consequências para o brasil<br />

de Deng, os pla<strong>no</strong>s quinquenais servem para mapear a transição para<br />

o capitalismo. Hoje, longe de serem meras lista de aspirações, o pla<strong>no</strong><br />

orienta a política econômica do país e estabelece metas quantitativas e<br />

qualitativas, assim como prioridades na estratégia de desenvolvimento.<br />

Nesse sentido, o pla<strong>no</strong> é um documento essencial para se entender<br />

mudanças <strong>no</strong> comportamento do gover<strong>no</strong> chinês e, por consequência,<br />

na sua política externa.<br />

O Pla<strong>no</strong> Quinquenal mais recente, relativo ao período 2011-2015,<br />

foi aprovado pela Assembleia Nacional Popular (ANP) da <strong>China</strong>, órgão<br />

legislativo do país, <strong>no</strong> dia 14 de março deste a<strong>no</strong> e divulgado pelo premier<br />

Wen Jiabao em seu discurso anual em Pequim. O pla<strong>no</strong> estabelece o<br />

tom e a direção da política econômica chinesa, refletindo as principais<br />

preocupações atuais do gover<strong>no</strong> chinês.<br />

A título de exemplo, o XI pla<strong>no</strong>, formulado para o período 2006-<br />

2011, estabeleceu a crescente desigualdade social como prioridade e<br />

definiu uma estratégia de equilíbrio que combinaria mais apoio aos<br />

grupos desfavorecidos com uma política de fomento ao desenvolvimento<br />

da parte ocidental do país. O tom daquele Pla<strong>no</strong> deixava claro que,<br />

além do objetivo de equilibrar social e geograficamente os ganhos<br />

do crescimento econômico, o gover<strong>no</strong> chinês se preocupava com o<br />

nível de descontentamento em certas regiões, manifestado por meio de<br />

protestos (Fan, 2006). Em 2000, o gover<strong>no</strong> já havia lançado o Programa<br />

de Desenvolvimento da Região Ocidental, porém o XI Pla<strong>no</strong> aumentou<br />

a intensidade e o escopo <strong>das</strong> iniciativas: <strong>no</strong>s últimos cinco a<strong>no</strong>s, o<br />

gover<strong>no</strong> tem investido recursos vultosos na infraestrutura do interior do<br />

país, construindo rodovias, aeroportos e universidades nas áreas ditas<br />

periféricas e <strong>no</strong> interior do país.<br />

Apesar do crescimento econômico elevado e contínuo, o gover<strong>no</strong><br />

chinês também vem enfrentando, nesse mesmo período, ameaças de<br />

instabilidade internas e externas. Alguns dos desafios inter<strong>no</strong>s se<br />

manifestam por meio de protestos nas áreas não Han, inclusive Xinjiang,<br />

Tibet e, mais recentemente, na Mongólia Interior. Outros protestos são<br />

provocados pelo descontentamento da população com a degradação e<br />

poluição ambientais, tanto em zonas rurais quanto em áreas urbanas, e<br />

pela desigualdade social, refletida <strong>no</strong> atraso de zonas rurais e na formação<br />

de bolsões de pobreza nas cidades – comunidades povoa<strong>das</strong> em grande<br />

parte por migrantes pobres advindos do campo. Além disso, a sociedade<br />

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